Faça uma busca abaixo:
Posso Ajudar?

Unifesp Guarulhos não terá calouros

04/09/2012

Unifesp Guarulhos não terá calouros

Greve de alunos, que durou 5 meses, ameaça processo seletivo de 2013

04 de setembro de 2012 | 3h 05

PAULO SALDAÑA , OCIMARA BALMANT - O Estado de S.Paulo

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) vai cancelar o ingresso de novos alunos no início de 2013 no câmpus de Guarulhos. O motivo é a greve dos alunos daquela unidade, que durou cinco meses, e as dificuldades para garantir adequações físicas a todos os alunos no próximo semestre.

 

Ainda existe a possibilidade de ingresso no segundo semestre do ano que vem, mas, conforme o reitor Walter Albertoni, a melhor opção seria adiar a entrada de novos estudantes para 2014. "Os alunos que entraram neste ano tiveram apenas duas semanas de aula, o mais lógico é pular um ano. Pode até fazer processo seletivo agora, mas para ingressar mais tarde", disse.

A Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH), nome oficial do câmpus Guarulhos, é a maior unidade da universidade. Localizada no Bairro dos Pimentas, a EFLCH conta com 3 mil alunos. São seis graduações (Ciências Sociais, Filosofia, História, História da Arte, Letras e Pedagogia), que juntas oferecem 700 vagas anuais.

Todas as vagas da EFLCH são preenchidas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), voltado para quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Não há no câmpus cursos semestrais.

A decisão de cancelar a entrada de novos alunos ainda deve ser oficializada pelo Conselho Universitário. A reitoria tem até 31 de outubro para decidir por alterações no processo seletivo. Para o adiamento de ingresso por um ano há ainda a necessidade de autorização do Ministério da Educação (MEC).

Sem prédio. O retorno às aulas no câmpus está marcado para o dia 10. Os professores terão de repor todas as aulas perdidas durante a paralisação dos estudantes - que, no período entre 25 de maio e 17 de agosto, também contou com a participação dos professores, estes na campanha nacional de greve das federais.

A greve dos alunos de Guarulhos começou no dia 22 de março e só foi finalizada em 23 de agosto. A principal reivindicação dos alunos é por melhorias no câmpus, onde ainda não foi construído o prédio principal.

Desde 2007, quando foi inaugurado o câmpus no Bairro dos Pimentas, a Unifesp tenta erguer ali seu prédio central, que deve abrigar salas de aulas, laboratórios e a parte administrativa da EFLCH. Mas problemas com o edital têm atrasado os planos da universidade e prolongado a precariedade da unidade.

Na semana passada, fracassou a licitação de R$ 46 milhões para a construção do prédio: nenhuma das 11 empresas habilitadas compareceu para a entrega e abertura dos envelopes. A licitação foi considerada "deserta".

A reitoria convocou para quinta-feira uma audiência pública com as empresas habilitadas que vai debater a licitação e os termos do edital. Ainda não há definição do que será feito.

Saída dos Pimentas. Professores da EFLCH haviam pedido o adiamento do edital até que o debate sobre uma possível saída de cursos do Bairro dos Pimentas seja concluído. Uma comissão especial foi criada para discutir o assunto (mais informações nesta página) depois que um dossiê, produzido por professores, pediu à reitoria a saída da Unifesp da região. O documento argumenta que a escola é isolada geográfica e culturalmente.

O documento dividiu alunos e professores. Até amanhã um colóquio discute o tema.

A Unifesp ainda procura um imóvel provisório em Guarulhos para abrigar os alunos enquanto o novo prédio não fique pronto. O imóvel não foi escolhido e, segundo a reitoria, imobiliárias estão levantando opções.

Fonte: Estadao.com

Imagem: Estadao.com msn