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Um lugar ao sol para vitamina D
13/01/2013
Um lugar ao sol para vitamina D
SEGURANÇA O sol mais apropriado para as crianças éode antes das 10 horas e depois das 16 horas
A falta de vitamina D contribui para a perda de força muscular e, consequentemente, o aumento do risco de quedas e fraturas
PIONEIRO O endocrinoiogista americano Michael Holick foi o primeiro a identificar os mecanismos pelos quais a vitamina D faz bem à saúde
USO E ABUSO No início dos anos 20, os médicos americanos prescreviam os banJios de sol para combater o raquitismo. Na foto à direita, a despreocupação da carioca, alheia ao câncer de pele, ao se expor ao sol, no verão de 1976
O versão é a estação ideal para repor os estoques da substância que, deflagrada pela energia solar, está associada ao bom funcionamento de todo o organismo - e não apenas à manutenção de ossos fortes
NATALIA CUMINALE
Ela é fundamental tanto para a mulher grávida quanto para um atleta campeão olímpico. Sua escassez provoca imensos problemas de saúde, mas tê-la em excesso também. Serve ao bebê recém-nascido e ao idoso. É fundamental para o obeso e para o magro. Poucas substâncias servem tão completamente ao organismo quanto a vitamina D. A temporada dos corpos à mostra, com o verão e as férias, é o momento mais adequado para a compreensão do funcionamento da chamada vitamina do sol. Pode até chover hoje e amanhã, mas, dos 89 dias do verão brasileiro, 66 serão ensolarados no Rio de Janeiro; 65, em Porto Alegre; sessenta, no Recife; 46, em Brasília; e 45, em São Paulo. Até dez anos atrás, a vitamina D estava associada, sobretudo, à manutenção de um esqueleto forte. As descobertas mais recentes da medicina, no entanto, indicam que praticamente todos os tecidos e órgãos se beneficiam dela. "Direta ou indiretamente, a D está relacionada a pelo menos 2000 genes, o que comprova a sua vasta gama de benefícios", disse a VEJA o endocrinologista americano Michael Holick, professor da Universidade de Boston, o grande pesquisador do assunto e autor do livro Vitamina D - Como um Tratamento Tão Simples Pode Reverter Doenças Tão Importantes. A vitamina D faz nosso coração bater no ritmo adequado e nossas artérias e veias pulsar em compasso. É ela que nos garante força muscular e nos protege contra infecções, infartos e derrames, diabetes e alguns tipos de câncer. A falta dela desregula o sistema de fome e saciedade e nos faz engordar - e morrer de vergonha de, na praia, vestir o biquíni e o calção.
Chamar a D de vitamina é um equívoco de origem histórica. Isolada em 1922, a substância foi denominada vitamina porque, acreditava-se, só poderia ser obtida por intermédio da alimentação, em especial do óleo de fígado de bacalhau. As vitaminas são compostos essenciais à saúde, mas não podem ser sintetizadas por nosso organismo. Ela foi batizada de D porque era a quarta substância do tipo a ser descoberta - depois das vitaminas A, B e C. A partir da década de 70, os pesquisadores, entre eles, Michael Holick, observaram que o corpo humano, ao contrário do que se supunha, poderia, sim, produzir vitamina D. Ou seja, a vitamina D não é uma vitamina, mas um hormônio. Existem basicamente três formas de estimular o organismo a fabricar vitamina D. Sem sombra de dúvida (com o perdão do trocadilho), o sol é a principal delas. Uma pessoa de pele moreno-clara, olhos e cabelos castanhos, como a atriz Débora Nascimento, precisaria de dez a quinze minutos nas areias cariocas, entre 11 horas da manhã e 1 hora da tarde, três vezes por semana, sem protetor solar, para sintetizar a substância. Ao incidir sobre a camada mais superficial da pele, a epiderme, a radiação solar deflagra uma cascata de reações químicas que resulta na síntese da vitamina, em sua forma ativa, pelos rins (veja os quadros nas págs. 68 e 70). Dessa forma, a meia-vida da substância no corpo humano é de quatro a seis semanas - o dobro da duração da que pode ser obtida com a suple- mentação feita por intermédio da dieta ou de cápsulas. "Como a vitamina D é solúvel na gordura, ela é armazenada no tecido adiposo e liberada mesmo durante o inverno, permitindo níveis suficientes da vitamina durante o ano todo", explica Michael Holick. O sol ideal para a substância é o mais abominado pelos dermato- logistas - do meio-dia às 2 horas da tarde, sem proteção. Nesse período, predomina a incidência dos raios ultravioleta B (UVB), aqueles que, em excesso, nos deixam vermelhos como pimentão e são o principal fator de risco para o câncer de pele.
Dá-se, aí, um dilema monumental, um dos mais fascinantes da medicina atual. A partir da década de 80, começaram a surgir as primeiras associações entre os banhos de sol sem proteção e o aumento no risco de câncer de pele. Desde então, os dermatologistas preconizam que não se saia de casa sem besuntar o corpo (o rosto, principalmente) com filtro solar. O que fazer então diante das evidências de que, para a fabricação de uma substância tão crucial, como a vitamina D, é preciso, ainda que por pouco tempo, tomar sol sem protetor? Os médicos ainda não chegaram a um consenso, mas há pistas. "Não existem pesquisas sobre os perigos em longo prazo das curtas exposições ao sol para o câncer de pele", diz Adilson Costa, chefe do serviço de dermatologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Muitos dermatologistas preferem não arriscar e recomendam a seus pacientes o uso de suplementos à base de vitamina D ou o prolongamento da exposição sem protetor nos períodos de sol mais fraco, como o início da manhã e o fim da tarde. Outros especialistas, no entanto, são menos conservadores. "Poucos minutos de sol intenso, seguidos de proteção solar adequada, não são suficientes para causar câncer de pele em longo prazo", afirma Ornar Lupi, vice-presidente do Colégio Ibero-Latino-Americano de Dermatologia. Todos são unânimes em afirmar que às pessoas vítimas do câncer de pele ou com histórico familiar do problema não é recomendada a exposição solar sem cuidados. Dos tipos de câncer de pele, o sol está associado ao mais comum deles, com 25% dos 518000 casos da doença no país. Não se trata da versão mais letal dos tumores de pele, o melanoma. A radiação solar nada tem a ver com esse tipo de câncer. Ao que tudo indica, aliás, conforme os mais avançados estudos sobre o assunto, o sol pode até ser fator de proteção contra o melanoma.
O protetor solar dos sonhos seria aquele capaz de nos proteger do sol e, ao mesmo tempo, permitir a produção de vitamina D pelo organismo. Mas isso, por enquanto, parece impossível para os especialistas. Afinal, o mesmo raio UVB que causa câncer é o que deflagra a síntese da vitamina - e como separar uma ação da outra? Os estudos mais avançados em termos de proteção solar investigam a fabricação de produtos compostos de nanopartículas, os filtros inteligentes. Ao penetrarem as camadas mais profundas da pele, eles teriam ação prolongada e dispensariam a necessidade de reaplicar o protetor a cada duas horas e sempre depois do mar ou da piscina.
Apesar da fartura de sol no Brasil, a escassez de vitamina D na população é preocupante. "Cerca de 50% dos brasileiros com menos de 50 anos apresentam deficiência de vitamina D", diz Marise Lazaretti, chefe do Grupo de Doenças Osteometabólicas da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo. Entre os idosos, o contingente chega a 80%. Esse é, em grande parte, o resultado de anos de medo da exposição solar. Há de se levar em conta ainda que a vida urbana nos afasta do convívio com o sol. Vivemos trancados nos escritórios, presos no trânsito. As crianças ficam muito tempo diante da televisão e do computador. Nessas condições, em casos de deficiência, é necessário recorrer à suplementação com cápsulas de vitamina D. Não é possível garantir essas doses extras por meio da dieta. São poucas as fontes ricas em vitamina D, capazes de assegurar uma alimentação diária equilibrada. Para alcançar níveis suficientes, por exemplo, seriam necessárias três latas de sardinha, duas postas generosas de salmão ou de 50 a 100 gemas de ovo todos os dias. Há dois tipos de vitamina D: o ergocalciferol (ou vitamina D 2 ), de origem vegetal, e o colecal-ciferol (ou vitamina D 3 ), encontrado nos animais e produzido também pelos seres humanos. Os suplementos podem ser feitos a partir de qualquer uma dessas fontes e são igualmente eficazes. No Canadá, onde, em algumas regiões, o inverno chega a durar sete meses, por determinação do governo a indústria alimentícia produz leites e margarinas enriquecidos com vitamina D. Produtos desse tipo são comuns também nos EUA e na Europa. No Brasil, aparecem timidamente nas gôndolas.
Os médicos começaram a se preocupar com a falta de vitamina D no início da Revolução Industrial, em meados do século XVIII. À medida que as famílias trocavam o trabalho no campo pelas fábricas, afastavam-se da energia solar e começaram a ter problemas de saúde. Datam desse período os primeiros relatos médicos de raquitismo, problema ósseo decorrente da deficiência da vitamina, comum em crianças. A doença não só retardava o crescimento como deixava suas vítimas mais suscetíveis a infecções, como a tuberculose. O raquitismo atingiu proporções epidêmicas na Europa e em alguns estados americanos mais ao norte. De cada 100 crianças que moravam em regiões industrializadas, oitenta sofriam da doença. No início do século XX, o banho de sol era prescrito pelos pediatras tal qual remédio. Quase dois séculos depois, a medicina volta a eleger a vitamina D como um dos mais potentes aliados da boa saúde.
Uma das frentes mais interessantes de pesquisas é aquela que investiga o papel da substância na prevenção a vários tipos de câncer-mama, intestino, próstata e ovário, entre outros. A vitamina D funciona como uma espécie de sentinela da multiplicação celular. No caso de proliferação exagerada das células, ela induziria à apoptose - mecanismo de defesa no qual células potencialmente malignas "cometem suicídio". Graças a esse poder da vitamina D, especialistas sugerem que os banhos de sol controlados poderiam prevenir, só nos Estados Unidos, 185000 novos casos de câncer todos os anos.
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Cuidado diferentes para cada tipo de pele
O tempo de exposição solar necessária para a síntese de vitamina D pelo organismo é determinado a partir do cruzamento de uma série de situações: a estação do ano, o tipo de pele, a localização geográfica e o horário do dia Com base nas escalas desenvolvidas pelo pesquisador americano Michael Holick, VEJA desenvolveu um sistema para determinar a atenção que cada pessoa deve ter ao se expor ao sol durante o verão, conforme a região em que ela se encontra, abaixo ou acima do Trópico de Capricórnio. No primeiro grupo, estão o sul e a região metropolitana de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. No segundo, estão todas as outras regiões do Brasil
Especial
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Como a exposição adequada ao sol estimula a produção de vitamina D pelo organismo
1 De todos os tipos de raio solar, apenas o ultravioleta B (UVB) está relacionado à síntese : de vitamina D. Abundante entre as 10 horas da manhã e as 4 da tarde, é aquele que, em excesso, nos deixa vermelhos como pimentão, e o principal fator de risco para o câncer de pele
2 Ao incidirem sobre as células da epiderme (a camada mais superficial da pele), os raios UVB transformam um derivado do colesterol, o 7-DHC, em colecalciferol (a vitamina D3), uma forma inativa da vitamina D
3 Pela corrente sangüínea, a D 3 chega ao fígado. Lá, ela é convertida em 25-hidroxivitamina D (ou 250HD). Uma curiosidade: para a análise da quantidade de vitamina D no organismo, os especialistas usam a dosagem de 250HD no sangue
4 A 250HD chega então aos rins, onde é finalmente convertida em vitamina D. Dos rins, a vitamina vai para todo o organismo. Nos intestinos, estimula a produção de proteínas responsáveis pela absorção de cálcio pelos ossos
5 Pesquisas recentes comprovam que praticamente todos os órgãos e tecidos do corpo possuem receptores para a vitamina D. Células da mama, próstata, cólon, pulmão, cérebro, entre outras, são capazes tanto de responder à ação da vitamina D que vem dos rins quanto de transformar a 250HD, proveniente do fígado, em vitamina D
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Quando a vitamina D vem dos alimentos
Além do colecalciferol (ou vitamina D 3 ), de origem animal, existe o ergocalciferol (ou vitamina D2), encontrado nas plantas
Sob os raios UVB, os animais também sintetizam a vitamina D3. A quantidade do micronutriente, no entanto, varia conforme o modo de criação do animal
Em comparação ao salmão de cativeiro, o silvestre possui 25% a mais de vitamina D. Isso porque, na natureza, o salmão se alimenta de algas ricas no micronutriente
SUPLEMENTOS
A suplementação de vitamina D é feita, em geral, por cápsulas ou gotas. Há dois tipos de produto disponíveis: o colecalciferol e o ergocalciferol. A exemplo do que acontece nos países mais frios, no Brasil tornaram-se comuns os alimentos fortificados com vitamina D, como leite, iogurte e manteiga, entre outros
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Braços e pernas, sem protetor solar, três vezes por semana, conforme a cor da pele, a latitude, a estação do ano e o horário
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CUIDADOS PRECOCES
Durante as férias, o tempo que a garotada fica sob o sol costuma aumentar. Na praia, na piscina ou no clube, os pequenos não podem ficar expostos sem proteção. "As crianças possuem uma pele mais fina que a dos adultos, e seu sistema produtor de melanina não está completamente amadurecido", diz o dermatologista Adilson Costa, da PUC de Campinas. Pigmento natural da pele, a melanina funciona como uma espécie de filtro solar. Por causa dos componentes químicos dos protetores, as crianças só podem usar esse tipo de produto a partir dos 2 anos. Antes dessa idade, a proteção ideal se faz com guarda-sol, roupa e chapéu.
O sol mais seguro é o de antes das 10 horas e depois das 16 horas. E como fica a vitamina D em meio a tanta proteção? Quase 10% das crianças e dos jovens de até 21 anos nos EUA possuem deficiência da substância. Um estudo recente mostrou que as crianças com doenças graves são, em sua maioria, as que têm os maiores déficits de vitamina D. "É correto o pediatra solicitar que a criança seja submetida a exames de dosagem de vitamina D no sangue", diz Kerstin Taniguchi Abagge, presidente do departamento científico de dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Em caso de escassez, é preciso recorrer à suplementação.
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Muito além dos ossos
Até recentemente, a vitamina D era associada sobretudo à construção de um esqueleto forte. Pesquisas mais recentes indicam que ela é essencial para o bom funcionamento de todo o organismo
Ossos
A vitamina D é crucial para a absorção de cálcio pelos ossos. Uma pessoa com deficiência do micronutriente aproveita menos de 30% do cálcio proveniente dos alimentos. A falta do mineral pode levar ao raquitismo na infância e à osteoporose na velhice
Mama, próstata, intestino e ovário
Envolvida no processo de multiplicação celular, a vitamina D controla a proliferação de células cancerosas. Dessa forma, a sua deficiência está associada à ocorrência de vários tipos de câncer - de mama, próstata, intestino e ovário. Nas regiões mais ensolaradas, sobretudo as que estão próximas à linha do Equador, a incidência de tais doenças é, em média, 50% menor
Tecido adiposo
A falta de vitamina D está associada a um aumento no risco de obesidade, já que ela interfere na ação da leptina, o hormônio da saciedade. Além disso, os gordos têm dificuldade para absorver o micronutriente. As células de gordura funcionam como uma espécie de rede para as moléculas de vitamina D, que, ao ficar retidas no tecido adiposo, não cumprem a contento suas funções no organismo
Sistema imunológico
O micronutriente tem efeitos anti-inflamatórios, antimicrobianos e antivirais. Ele é capaz de reforçar as defesas naturais do corpo e, com isso, diminuir o risco de infecções. Vários estudos sugerem que, nas dosagens adequadas a vitamina D tem ação preventiva contra uma série de doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, o diabetes tipo 1 e a artrite reumatoide
Músculos
Fontes: Vitamina D: como um Tratamento Tão Simples Pode Reverter Doenças Tão Importantes, Michael F. Holick (Editora Fundamento), Marise Lazaretti, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, e Marcus Malachias, cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia
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Sistema cardiovascular
A vitamina D desempenha um papei crucial na saúde cardiovascular. Participa do controle das contrações do músculo cardíaco, essenciais para o bombeamento do sangue; influencia a produção de renina, o principal hormônio regulador da pressão arterial; e permite o relaxamento dos vasos sangüíneos, diminuindo os perigos da hipertensão. Além disso, quando os níveis de vitamina D estão baixos, há o risco de acúmulo de cálcio nas paredes das artérias, o que favorece o risco de formação de placas de ateroma. Com isso, é maior a probabilidade de desenvolvimento de insuficiência cardíaca, infarto e derrame. Pessoas com níveis baixos de vitamina D têm risco 60% maior de ter doenças cardiovasculares
Pâncreas
Níveis adequados de vitamina D estão associados a uma redução no risco de diabetes tipo 2. Sua deficiência prejudica a produção de insulina no pâncreas, hormônio que regula as taxas de açúcar no sangue
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O risco do excesso
A intoxicação de vitamina D por meio da exposição solar ou dos alimentos é impossível de acontecer. Casos de overdose por abuso no consumo de suplemento são considerados raros pelos especialistas
Para que a intoxicação ocorra, é preciso ingerir, por mínimo seis meses, mais de 10000 UI de vitamina por dia (cerca de sete vezes a recomendação diária)
Entre os sintomas causados pelo excesso de vitamina D estão náusea, vômito, perda de apetite, constipação, aumento de frequência urinária, aumento da sede, desorientação e perda de peso
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8 perguntas essenciais
1 É possível obter as quantidades míni?mas necessárias de vitamina D somente pela alimentação?
Não. A variedade de alimentos ricos em vitamina D é muito pequena, e fica impossível manter uma alimentação equilibrada (e portanto saudável) a partir de uma dieta baseada em salmão, gema de ovo ou shiitake. "0 brasileiro consome cerca de um décimo da vitamina D recomendada", diz a endocrinologista Marise Lazaretti. Além disso, o modo de preparo dos alimentos interfere na quantidade de vitamina D neles contida. Quando frito, o salmão perde até 50% do micronutriente se comparado a quando ele é assado, cozido ou grelhado.
2 Há pelo menos vinte anos os médicos advertem que to?mar sol sem proteção constitui fator de risco para o câncer de pele. Agora, defendem a idéia de que, para obtermos a vitamina D necessária para o bom funcionamento do organismo, devemos abrir mão do protetor. 0 que fazer, afinal?
O argumento de que o organismo só produz vitamina D mediante a exposição solar sem proteção não de ve ser interpretado co mo um "liberou geral". Estatelar-se sob o sol, sem nenhum cuidado, é proibidíssimo. Recomenda-se que, no verão brasileiro a duração dos banhos de sol para a obtenção de vitamina D varie de um a 45 minutos, conforme o tipo de pele, a latitude e o horário (veja o quadro na pág. 68). Alguns dermatologistas argumentam que, apesar de não existirem estudos sobre o assunto, os banhos de sol desprotegidos, ainda que rápidos, podem, sim, deflagrar o câncer de pele. Todos são unânimes, no entanto, ao condenar categoricamente a prática por pessoas com histórico de câncer de pele na família ou que já tenham sido vítima da doença.
3 Qual é o melhor sol para a síntese de vitamina D?
É aquele que os dermatologistas mais temem - o sol de verão, do meio- dia às 2 da tarde, sem proteção. Durante a manhã e no fim da tarde, o percurso dos raios solares através da atmosfera é oblíquo, e, portanto, a intensidade da radiação é menor. Além disso, os raios são mais fortes na linha do Equador, dada a perpendicularidade do Sol em relação à Terra. Dependendo do fator de proteção do filtro solar, os protetores disponíveis hoje no mercado podem reduzir em até 99% a fabricação de vitamina D.
Fonte: Cofen.com
Imagem: Cofen.com