Sistema de saúde supera limitações econômicas
21/05/2013
"Sistema de saúde supera limitações econômicas
Cubanos conseguem índices superiores aos de países em desenvolvimento, mas enfrentam dificuldades financeiras
O brasileiro que visitar pela primeira vez os centros de atendimento à saúde em Cuba vai observar que as instalações são simples. Em muitos locais as pessoas aguardam atendimento em salas parecidas com as de um posto 24 horas de Curitiba e outras cidades brasileiras.
Pôr-do-sol no Malecon, point de jovens das classes trabalhadoras na capital cubana
Jovem professor de música em escola primária, ao estilo do jamaicano Bob Marley
Reunião de jovens e adolescentes na orla de Havana no final da tarde
Torcida em dia de clássico de beisebol, a paixão nacional, no Estádio Latinoamericano
Garotas passeiam no final da tarde em avenida de Havana
Casal de namorados curte o pôr-do-sol na tarde de domingo
O jeito descontraído de jovens filhos de famílias de trabalhadores
A diferença básica com o Brasil está no resultado que o sistema de saúde cubano conseguiu. Neste mês, por exemplo, Cuba enviou à ONU relatório sobre a mortalidade infantil em 2012. Depois de mais de meio século de redução, o país fechou o ano passado com taxa de 4,6 mortes no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos. O Brasil, que conseguiu grandes avanços nos últimos anos, ainda tem uma taxa quase quatro vezes maior, de 16,1 mortes por mil.
As autoridades de saúde da ilha atribuem o bom desempenho ao sistema de atendimento universal gratuito à população e à integração da rede de ensino na formação de profissionais. Cuba tem hoje 1 médico para cada 138 habitantes, superando muitos países desenvolvidos. No Brasil, a proporção é de cerca de 1 médico para cerca de 600 habitantes.
De uma maneira simplificada, pode-se resumir o sistema de saúde cubano em três pilares: primário [médicos de família, consultórios e centros policlínicos], secundário [hospitais gerais, clínicas cirúrgicas e hospitais especializados] e terciário [institutos e centros de investigação].
O médico de família é responsável por acompanhar e fazer o trabalho de prevenção desde os primeiros anos de vida. Nos centros policlínicos a pessoa recebe atendimento primário e é encaminhada para especialistas e hospitais.
Essa organização permitiu reduzir o tempo de espera para receber atendimento, seja para uma consulta ao clínico-geral ou a um especialista.
Nossa filosofia é que todo paciente com câncer deve ser tratado em situação de emergência , diz Jesus de Los Santos Renó Céspedes, vice-diretor do Instituto Nacional de Oncologia e Radibiologia. Do diagnóstico clínico de câncer, biópsia, até o início do tratamento demora-se 15 dias , acrescenta.
As conquistas, como o controle de doenças que provocam grande número de mortes em países da América Latina o cólera, por exemplo, mata milhares de pessoas nos vizinhos Haiti e República Dominicana não escondem, no entanto, as limitações do sistema cubano.
Nenhum país revolveu totalmente os seus problemas de saúde pública , observa Lorenzo Daniel Llerena Rojas, diretor do Instituto Nacional de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular. Ele destaca que, além da carência de recursos para investir em tecnologia, o país enfrenta o bloqueio dos EUA, que impede a compra de equipamentos de ponta e reduz as possibilidades de exportação de vacinas."
Fonte e Imagem: Cofen.com