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Saúde é trabalho de equipe

06/05/2013

"Saúde é trabalho de equipe

Integração. Na aula de anatomia no IBMR, alunos de vários cursos dividem a bancada

Quem trabalha com saúde sabe que a área inclui profisisonais de diversas graduações. Vai muito além da Medicina. Por isso, iniciativas desenvolvidas pelas universidades e pelo governo buscam preparar o aluno para uma carreira marcada pelo trabalho em equipe.

No Programa de Educação pelo Trabalho (PET), do Ministério da Saúde, por exemplo, estudantes de graduação da área de saúde têm a chance de exercitar esses preceitos na prática, possibilitando um primeiro contato com o mercado. Criado em 2009, o PET aproxima o futuro profissional à rotina do Sistema Único de Saúde (SUS), com ênfase nas ações de prevenção de doenças.

Cada grupo é formado por 12 pessoas e inclui professores, estudantes e servidores públicos. Os estudantes recebem uma bolsa de R$ 400 para atuar 12 horas semanais no PET. Durante esse período, além das aulas, fazem visitas domiciliares com o professor tutor ou com um agente comunitário. Atualmente, são 129 projetos em execução, que envolvem 99 instituições de ensino superior e cerca de 8 mil bolsistas. Só no Rio, são 36 grupos.

Nícia Dias, de 23 anos, faz parte de uma dessas equipes e atua, há seis meses, no Morro do Alemão, na Clínica da Família Zilda Arns. Estudante de Enfermagem da UFRJ, ela optou por participar de um grupo do PET/Saúde Álcool e Outras Drogas. A experiência proporcionou cursos e contato com profissionais de diferentes áreas, além da observação de dependentes em diversas drogas. Nícia gostou tanto da experiência que vai pesquisar sobre o tema:

- O meu projeto de mestrado é sobre alcoolismo durante o pré-natal, porque ainda é comum verificar grávidas no grupo de risco.

Também bolsista do PET, Fabiana Marçal, 31 anos, estudante de Fonoaudiologia da UFRJ, considera que evoluiu profissionalmente por causa da experiência. Ela teve uma mudança de olhar sobre o atendimento.

- A questão não é dar o diagnóstico logo, mas tentar entender bem a necessidade do paciente - pondera ela, que trabalha na Clínica da Família Dona Zica, no Morro da Mangueira.

Universidades públicas ou privadas podem inscrever projetos para o PET. É fundamental que eles tenham como objetivo atender a necessidades da população local. Por isso, o ideal é que secretários municipais e estaduais de Saúde assinem os projetos com os professores.

- Quanto mais conjuntamente o projeto for inscrito e responder a uma demanda local, maior a probabilidade de ser selecionado - avalia Eliana Cyrino, coordenadora do programa no Ministério da Saúde.

Assim como o PET, uma recomendação do Ministério da Educação (MEC) visa trabalhar a integração, mas já em sala de aula, com a oferta de uma mesma matéria para diferentes graduações da área de Saúde. Com isso, um

estudante de Enfermagem senta ao lado de um aluno de Farmácia, que, por sua vez, fica vizinho ao de Nutrição.

Por entender que o sistema de saúde deve prezar pela integralidade da assistência, ou seja, que um paciente deve ser atendido por uma equipe de diferentes profissionais, o MEC recomenda que universidades tenham disciplinas comuns a alunos dos cursos de Ciências da Saúde.

Atento a isso, o Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR) instituiu um ciclo básico de nove matérias para graduações da área de saúde. Até o 4º semestre, alunos de Biomedicina, Nutrição, Enfermagem, Educação Física e Fisioterapia cursam juntos disciplinas como Fundamentos das Ciências da Natureza e Morfofisiologia.

Para o coordenador do ciclo básico da Saúde do IBMR, Daniel Pereira Reynaldo, a grade curricular já prepara futuros profissionais para o trabalho em equipe:

- Quando um médico receber um paciente na emergência de um hospital, ele vai precisar de um enfermeiro, de um fisioterapeuta... Com essa grade, os alunos passam a compreender melhor a função dos colegas.

Aluna de Biomedicina, In grid Pinto aprova o método:

- O corpo humano é um conjunto. Você precisa saber coisas básicas que servem para qualquer profissão.

Calouro de Nutrição, Lucas Lima acredita que o paciente ganha com a integração.

- Temos que trocar essas experiências, pois, no futuro, todos vamos trabalhar juntos, né? Se todos tiverem um conhecimento básico, os serviços melhorarão.

PREPARAÇÃO

EXIGÊNCIA

O Ministério da Saúde exige que os projetos submetidos para o PET sejam pensados e assinados junto com as Secretarias de Saúde Municipais ou Estaduais.

BOLSAS

Os alunos recebem R$ 400 por 12 horas semanais no projeto. Atualmente, são 36 grupos no Rio. Quem quiser ficar ligado no próximo edital pode acessar o site www.portal.saude.gov.br.

INTEGRAÇÃO

As universidades federais de Minas Gerais e de São João del Rei, ambas em Minas, também oferecem o período de ciclo básico. A Universidade Federal do Piauí estuda a implantação."

Fonte e Imagem: Cofen.com