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Saúde da população negra em foco
30/09/2012
Saúde da população negra em foco
Tema foi discutido ontem em encontro que contou com a presença do coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde, José Marmo da Silva Londrina - ''Os negros encontram dificuldades para receber atendimento adequando no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta parcela da população tem menos acesso aos serviços e menor resolutividade dos problemas. Tudo devido ao preconceito e ao racismo que imperam no nosso país.'' O desabafo é do coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde, José Marmo da Silva, que esteve ontem em Londrina para participar do IV Encontro Municipal da Rede, realizado durante todo o dia no terreiro Ylê Axé Ópó Omim I (Região Norte de Londrina).
''Precisamos discutir o assunto. Existe um descuido com os negros, especialmente com as mulheres no que diz respeito à saúde. Uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que as mulheres negras recebem menos anestesia do que as brancas no sistema público'', afirma Silva, que veio do Rio de Janeiro especialmente para o evento.
A região Norte do Brasil, segundo ele, se destaca como a mais problemática e a Nordeste como a mais avançada nessas questões. ''O Sul está lutando por melhorias, mas as ações ainda são muito isoladas. Para se ter uma ideia, a Política Nacional de Saúde da População Negra, implantada pelo Ministério da Saúde em 2006, ainda não foi concretizada no Paraná'', citou, ressaltando que a luta do movimento negro e afro-religioso é árdua para que a situação melhore em todas as localidades.
Álvaro Bezerra Pinheiro Neto, representante do Ministério da Saúde, garantiu que o governo está trabalhando para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos aos negros e expandir as políticas públicas implementadas. Ele admitiu, no entanto, que o Brasil precisa humanizar os profissionais de saúde. ''Existe um projeto de educação permanente que leva palestras, simpósios e congressos para diferentes regiões com o objetivo de conscientizar a classe médica'', comenta Neto, que atua diretamente nas políticas de equidade, lutando pelos direitos da população negra, de rua, campo, floresta, comunidade LGBT e ciganos.
Apesar de ser a quarta edição do evento, foi a primeira vez que aconteceu no terreiro Ylê Axé Ópó Omin I. Para Terezinha Pereira da Silva - a Mãe Omim - o encontro é uma grande consquista. ''Temos que lutar pelos nossos direitos. Como negra já senti o preconceito na pele. Já briguei muito nos postos de saúde, não só por mim mas também pelas mulheres do terreiro'', contou.
Paula Costa Bonini
Reportagem Local
Fonte: Cofen.com
Imagem: Conasems.org.br