'Vamos concluir o legado que Eduardo começou', afirma Beto Albuquerque, candidato a vice
22/08/2014
“Vamos fazer uma campanha propositiva”, afirmou o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) nesta quarta-feira (20) após a sua confirmação pela Executiva Nacional do PSB como candidato a vice-presidente da República pela Coligação Unidos pelo Brasil. “Quem quer olhar pelo retrovisor que continue olhando pelo retrovisor. Nós vamos olhar pelo para-brisa, para a frente do País que nós queremos. Vamos, tenho certeza, apresentar a mais singela, a mais honesta, a mais decente proposta de governança de um país ferido por escândalos, por corrupção e por péssima entrega de serviços públicos”, disse.
Leia trecho do discurso de Beto Albuquerque:
“Quero saudar os nossos prefeitos, que trouxeram aqui amparo. Ao Geraldo Júlio vou fazer uma saudação em separado, porque mais que o prefeito do Recife, Geraldo, neste momento, representa o sentimento do Estado mais comovido, mais machucado por esta tragédia que é Pernambuco, a quem eu quero saudar de coração. E não só isso, também Geraldo Júlio nesse ato representa a palavra da família de Eduardo Campos, da nossa estimada, valorosa, valente, corajosa Renata Campos e seus filhos, que estiveram vivendo talvez o pior momento de suas vidas, mas ao mesmo tempo firmes no propósito de que nós pudéssemos dar continuidade a esse legado de Eduardo Campos.
Marina, já festejamos tua chegada ao Partido Socialista Brasileiro no dia 4 de outubro do ano passado. Festejamos a tua decisão de ser vice do companheiro Eduardo Campos. Festejamos a chegada da Rede, que junto com o PPS, o PPL, o PHS, o PRP e o PSL estabeleceram a nossa aliança. Vibramos quando elaboramos juntos o programa de governo, num giro que fizemos, muitos de nós ao redor dessa mesa, junto com você e com Eduardo, transformando esse programa de governo naquilo que é a nossa carta de compromisso com o Brasil.
A carta de compromisso que temos com o Brasil é a carta que sob o comando de Eduardo Campos e Marina Silva construímos ouvindo a população, ouvindo todos os setores organizados da sociedade brasileira, setores produtivos, movimentos sociais, juventude… Enfim, todos os brasileiros.
Vibramos quando avançávamos na mensagem com o País da mudança necessária, a coragem de mudar o Brasil que, junto conosco, 80% dos brasileiros, o governador João Lyra tem reiterado, que querem mudar. Porque veem neste ciclo político e econômico em curso o seu esgotamento e acima de tudo veem a necessidade do Brasil olhar para a frente, olhar para o futuro, parar de viver com essa dicotomia de dois partidos que há vinte anos distingue o que é bom e o que é ruim ao seu gosto e ao seu modo, cada um obviamente puxando a brasa para o seu assado, e impedindo que o Brasil dê passos mais largos na direção da justiça social, da melhor qualidade dos serviços públicos.
Nós não pudemos vibrar na quarta-feira passada porque foi um golpe muito duro para nós a perda do companheiro Eduardo.
Eu, Marina, tive duas derrotas na minha vida. A primeira delas, cinco atrás, quando perdi meu filho com 19 anos acometido de uma leucemia. Mas eu transformei aquela derrota numa vitória para os brasileiros com a Lei Pietro, que hoje já pôs no cadastro de doadores de medula mais de três milhões e quatrocentos mil brasileiros cadastrados, mais leitos para transplantes, ou seja, o que eu passei cinco anos atrás muitos brasileiros não passarão.
E na quarta-feira passada sofri a minha segunda grande derrota. Esta não é só minha, esta é de todos nós. E nós, Marina, queremos dizer: com alegria vamos dar a volta por cima, honrar o legado de Eduardo fazer aquilo que ele me disse ao longo desses 24 anos que eu convivi mais do que com um companheiro de partido, mas com um irmão, com um amigo que me dizia: nós nunca podemos deixar nada pela metade, Beto.
E nós estamos aqui, eu e Marina, porque não vamos deixar pela metade o legado que Eduardo Campos começou. Vamos concluir, dialogar com a sociedade e construir a vitória da mudança que o Brasil tanto espera, clama, deseja e impõe por vontade própria sua.
A minha tarefa é de estar ao lado dessa mulher incomum em nosso país, dessa mulher guerreira, dessa mulher que tem uma história linda, desta mulher que alfabetizou-se já nos seus 17 anos e percebeu a beleza da vida através do seu trabalho, da sua vocação política para ajudar a transformar o país. Sinto-me honrado, presidente Roberto Amaral, de merecer o apoio de todos os companheiros para essa tarefa.
Meu senador Fernando Bezerra, estou honrado com esta missão, e tomo ela como uma missão e não como uma oportunidade qualquer. Eu serei vice-presidente junto com Marina para consumarmos esse desejo majoritário da população de mudar. E estar ao lado de Marina é uma honra em dobro pela sua história – como eu dizia – mas acima de tudo porque Marina, assim como Eduardo, Eduardo e Marina, Marina e Eduardo espelhavam a expectativa, a esperança concreta da nova política, da politica que altere o jeito de fazer a política, da política que não veja o Estado e o Poder Público como uma quitanda distribuindo pedaços do Poder Público aos partidos ou às velhas raposas que há décadas governam este país e que há décadas são responsáveis por um país que não consegue construir justiça para todos. Onde milhares de mães não podem trabalhar ou estudar porque este país sequer creches ofereceu para todas as mulheres, mães, essas mulheres brasileiras.
Este país onde milhares, quem sabe milhões de jovens sequer vão à escola porque não têm transporte disponível. E hoje nós temos o compromisso do passe livre para os estudantes como um compromisso assumido por Eduardo Campos e por Marina que nós vamos honrar ao vencer a eleição e estender este benefício, estender este direito aos jovens da escola pública de poderem ter o passe livre. Nós vamos mudar a forma de fazer política honrando o que disse Eduardo. Vamos mandar para a aposentadoria ou para a oposição as velhas raposas da política brasileira. Uns já foram para a aposentadoria, outros irão para a oposição. E quando vivemos o drama mais difícil em Pernambuco, do velório do Eduardo, como tu dizes, Marina, ali nós já percebemos que começamos a separar o joio do trigo – porque não havia ninguém naquele tablado que tenha essa vocação de ser do time da velha política ou das raposas da política brasileira – ao lado de Eduardo Campos, no momento mais honesto que nós vivemos, naquele momento. Lá estavam homens públicos com os quais nós poderemos conversar para governar bem o Brasil.
Então, meus companheiros, temos uma missão pela frente, temos 46 dias para trabalhar, não vai ter hora, não vai ter dia, não vai ter ruim, não vai ter bom. Nós vamos andar o Brasil, vamos participar dos debates, vamos fazer uma campanha propositiva. Quem quer olhar pelo retrovisor que continue olhando pelo retrovisor. Nós vamos olhar pelo para-brisa, para a frente do País que nós queremos e vamos, tenho certeza, apresentar a mais singela, a mais honesta, a mais decente proposta de governança de um País ferido por escândalos, por corrupção e por péssima entrega de serviços públicos.
E o nome disso tudo é um só, nesse momento: é Marina Silva, com quem eu quero compartilhar essa responsabilidade. É uma honra te ter no PSB, é uma honra estarmos juntos, será uma honra conquistarmos a vitória e muito mais honroso com o povo governar o País nos próximos oito anos, se Deus quiser. Muito obrigado.”
Fonte: www.marinasilva.org.br