Faça uma busca abaixo:
Posso Ajudar?

Rio se destaca em pesquisas com células-tronco. Entenda como elas podem mudar a medicina

30/09/2012

Rio se destaca em pesquisas com células-tronco. Entenda como elas podem mudar a medicina

No 4 andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma equipe de 40 pessoas tenta encontrar explicações - e, quem sabe, a cura - para a esquizofrenia. O lugar, entretanto, não é uma clínica psiquiátrica. No lugar de pacientes, há microscópios e computadores; em vez de médicos, cientistas e pesquisas. Ali, funciona o Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE) - de onde saem 65% das novidades em células-tronco pluripotentes (que se transformam em qualquer célula do corpo), no Brasil.

- A pesquisa de doenças mentais é mais difícil, pois não é possível acessar os neurônios na cabeça do paciente. Então, criamos neurônios com células-tronco e analisamos as diferenças dessas células em laboratório. Com as respostas, poderemos pesquisar remédios mais eficazes contra a doença - explica Bruna Paulsen, aluna de doutorado da UFRJ e uma das líderes da pesquisa.

Os avanços encontrados nesse estudo serão apresentados no 7 Congresso Brasileiro de Células-Tronco e Terapia Celular, a partir do próximo dia 3, em São Paulo.

Outra pesquisa carioca, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), usa um tipo de célula-tronco (a adulta, retirada da medula óssea) para tratar fraturas de ossos longos que não "colam". O médico Thadeu Mozella, de 27 anos, foi uma das 20 cobaias do estudo, que deve ser publicado em 2013.

- Sofri um acidente de carro em 2009 e tive uma fratura no fêmur esquerdo. Dez meses depois da cirurgia, eu ainda andava de muleta e sentia dores. Aceitei testar a injeção de células-tronco e logo me recuperei - conta.

Troca de experiências

O ritmo acelerado nos trabalhos com células-tronco no Rio de Janeiro conta ainda com outros centros de pesquisa. Na própria UFRJ, a professora Rosalia Mendez-Otero, do Instituto de Biofísica, testa células-tronco adultas para reduzir as sequelas dos derrames. Sob a coordenação do professor Antônio Carlos Campos de Carvalho, o Instituto Nacional do Coração (INC) também pesquisa saídas para doenças cardíacas.

- O Into também tem outra pesquisa, que iniciamos este ano, para compreender a ação dos medicamentos nas células-tronco do câncer ósseo. São essas células que permitem o crescimento dos tumores. Estamos em fase de coleta do material dos participantes para iniciarmos a análise - lembra João Matheus Guimarães, ortopedista, especialista em trauma e vice-diretor do instituto.

Para o coordenador do LaNCE, Stevens Rehen, apesar do bom momento na produção de conhecimento científico, falta estimular o intercâmbio com pesquisadores de células-tronco de outros países.

- Precisamos levar a pesquisa brasileira para o mundo e trazer cientistas estrangeiros para os nossos laboratórios. Ainda faltam incentivos e espaços para receber esse pessoal - afirma o professor da UFRJ.

Fonte: Cofen.com

Imagem: Cofen.com