Ressonância magnética mortal
30/01/2013
"Ressonância magnética mortal
EDU FORTES/AAN/ESTADÃO CONTEÚDO
Hospital informou que 83 pessoas fizeram mesmo tipo de exame e nada sofreram
Brasília - A morte de três pacientes que se submeteram a exames de ressonância magnética do Hospital Vera Cruz, em Campinas (a 80km de São Paulo), levou a Secretaria de Saúde da cidade a suspender todos os procedimentos que necessitem do uso de contrastes, inclusive tomografias. O governo de São Paulo deve enviar a Campinas uma equipe da Vigilância Sanitária para ajudar na investigação das causas da morte dos três pacientes.
Os exames foram feitos em um intervalo de duas horas, na tarde de segunda-feira, de acordo com nota divulgada pelo hospital. Minutos depois de se submeterem a uma ressonância magnética no crânio, a administradora de empresas Mayra Cristina Monteiro, o zelador Manuel Pereira de Souza e Pedro Ribeiro Porto Filho começaram a sentir formigamento nos membros e, em seguida, sofreram parada cardiorrespiratória. Os três haviam preenchido formulários declarando não ter restrições ao exame e estavam desacompanhados. Além deles, 83 pessoas se submetera ao mesmo tipo de exame no mesmo dia, mas não apresentaram qualquer tipo de reação ao procedimento.
Uma das hipóteses levantadas pelo secretário municipal de Saúde, Carmino Antonio de Souza, é que houve algum problema com o contraste, um composto químico injetado nos pacientes antes do exame. Segundo o secretário, outras unidades médicas da cidade utilizam contrastes comprados dos mesmos fornecedores do Hospital Vera Cruz. "Todos os serviços devem ser suspensos até termos informações complementares. Hoje, o que temos não nos dá tranquilidade", disse Souza, que defendeu a suspensão dos exames em todo o país. Todo o material recolhido no Vera Cruz será enviado para análise no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. "Este foi um evento extremamente raro. O que nos intriga é que eles morreram concomitantemente", disse o secretário.
Outra hipótese investigada aponta para o soro fisiológico aplicado nos pacientes após o exame de ressonância. A solução salina à base de cloreto de sódio é injetada para purificar o organismo e hidratar o paciente após o uso do contraste. Além da Vigilância Sanitária, a Polícia Civil está envolvida na apuração do caso. De acordo com o secretário de Saúde, foram usados dois tipos de contraste e dois equipamentos diferentes nos três pacientes, o que dificulta a adoção de uma linha de apuração única. O hospital informou também que os exames foram feitos por diferentes profissionais.
A ressonância magnética é usada para identificar lesões, tumores ou edemas em diferentes locais do corpo. O contraste, substância sob suspeita de ter causado a morte das três vítimas de Campinas, é injetado na corrente sanguínea do paciente para melhorar a visualização do tecidos examinados no procedimento. Os pacientes tinham situações clínicas diferentes e não foram diagnosticados com doenças em estágio avançado, de acordo com o hospital. Os corpos vão passar por autópsia no Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa da morte. (Karla Correa)"
Fonte: Cofen.com
Imagem: Cofen.com