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Ressaca eleitoral mantém distância entre PT e PSB

18/11/2012

Ressaca eleitoral mantém distância entre PT e PSB

Autor(es): PAULO DE TARSO LYRA » JOÃO VALADARES
Correio Braziliense - 18/11/2012

Dirigentes não conseguem fazer os correligionários dos dois partidos reatarem relações em Fortaleza e no Recife

O esforço da presidente Dilma Rousseff, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do presidente nacional do PT, Rui Falcão, de desmontar os palanques municipais nos quais PSB e PT se digladiaram em outubro ainda não chegou às bases do partido. Tanto no Recife quanto em Fortaleza — duas cidades conquistadas pelo PSB —, os petistas resistem a apoiar as gestões do antigo aliado. Na capital cearense, o veredicto já foi dado: “Somos oposição a Roberto Cláudio”, bradou o futuro líder do PT na Câmara, José Guimarães. No Recife, a fissura aberta no primeiro turno prossegue. O vice na chapa petista, deputado João Paulo, quer manter o partido na oposição. O atual prefeito, João da Costa (PT), não.

O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, desembarcou em Fortaleza na quinta-feira para conversar com os petistas locais em busca de entendimento. O curioso é que, no plano estadual, não há sinal de divórcio. “Não vamos entregar os cargos que temos no governo de Cid Gomes (PSB)”, assegurou Guimarães. Os petistas que ocupam três secretarias na gestão de Eduardo Campos também estão fazendo ouvidos de mercador na capital pernambucana, mas não escaparam dos apelidos dados pelos correligionários. Eles são chamados de “queijo do reino”: vermelho por fora e amarelo por dentro, numa brincadeira com as cores das bandeiras do PT e do PSB, respectivamente.


Os secretários de Transporte, Isaltino Nascimento; de Cultura, Fernando Duarte; e de Governo, Lauro Gusmão, continuam no Executivo recifense, independentemente da postura a ser tomada pelo PT em relação à gestão do novo prefeito, Geraldo Julio (PSB). Durante a campanha eleitoral no Recife, os três, pelas posições que ocupam, mantiveram-se longe dos atritos partidários. Não suaram a camisa para tentar eleger o candidato derrotado do PT, senador Humberto Costa — e o PSB já sinalizou que o trio vai permanecer no governo local.

Feridas abertas
Em relação ao apoio ou não a Geraldo Julio, o PT segue rachado. No início da semana, o deputado federal João Paulo (PT), que foi vice na chapa encabeçada por Humberto Costa, deixou claro que as feridas abertas durante a disputa eleitoral estão longe de cicatrizarem. De olho em 2014, o parlamentar defendeu que o partido deve fazer oposição ao PSB no plano municipal para fortalecer a independência petista em relação a Eduardo Campos. A posição externada por João Paulo conta com o apoio de Humberto Costa.

Outro grupo, liderado pelo prefeito João da Costa, que fez campanha branca para Geraldo Julio, pretende apoiar o novo mandatário. Hoje, acredita-se que o prefeito está turbinando as filiações com o objetivo de vencer as eleições internas para a executiva e os diretórios estadual e municipal. “Esse cenário mostra que o processo de disputa interna vai continuar bastante efervescente”, avaliou João Paulo.

Procurado pelo Correio, Geraldo Julio informou que permanece aberto a qualquer tipo de apoio. “Uma grande parte do PT pretende nos apoiar, mas eles ainda não definiram. Não há nenhuma tipo de resistência da minha parte.”

Fonte: Correio Braziliense

Imagem: Blogs.diariodepernambuco.com