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Projeto ‘Eu defendo meu enfermeiro’ conscientiza sobre o papel do profissional

18/05/2018

Conscientizar, reconhecer e legitimar o enfermeiro como um ator fundamental no atendimento básico de saúde foram os principais objetivos que levaram os estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a produzirem a campanha ‘Eu defendo meu enfermeiro’. O projeto independente contou com o suporte dos professores de enfermagem Jorge Lorenzetti e Sheila Lindner e de acadêmicos do curso de Cinema.

Em depoimentos coletados ano passado nos Centros de Saúde dos bairros Alto Ribeirão, Armação e Tapera, usuários do Sistema Único de Saúde relatam a importância dos enfermeiros nas unidades de saúde. “Sem elas aqui nós não seríamos ninguém, por que quem é que iria explicar as coisas? Nós temos dúvidas, às vezes não sabemos como usar um aparelhinho.”

Segundo Gustavo Lopes, estudante de Enfermagem, a iniciativa teve como base reforçar o trabalho do enfermeiro na rede pública de saúde após a suspensão, pelo Tribunal Regional Federal, da liminar que não permitia aos profissionais solicitar exames dentro do programa de saúde pública. “Desde 1997 os enfermeiros solicitam exames, entretanto o julgamento do processo ainda continua. Queremos que as pessoas conheçam o nosso trabalho, pois essa decisão impacta, principalmente, em programas de saúde da mulher (preventivos de câncer de colo de útero, mamografias, exames pré-natal), no rastreio de tuberculose, hepatites e infecções sexualmente transmissíveis”, salienta ele.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em maio de 2017, mais de 60 mil exames para identificação de sífilis e mais de 26 mil de exames preventivos do câncer de colo de útero foram solicitados por enfermeiros. Ao solicitar exames, esclarecer dúvidas e prestar atendimentos aos usuários, a enfermagem desempenha o papel essencial previsto na sua área de atuação: o compromisso com o bem estar da pessoa em todo o seu ciclo de vida.

As atribuições do enfermeiro são regulamentadas pela Lei n° 7.498, de 25 de Junho de 1986, que traz, por exemplo, a Consulta de Enfermagem, os Diagnósticos de Enfermagem e a prescrição de medicamentos protocolados. “Na prática estamos falando de 31 anos da legalidade dessas atividades. Assim como a solicitação de exames de rotina e complementares, regulamentados pela resolução do COFEN de 1997”, enaltece Gustavo.

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), por meio da Portaria n° 2.436, de 21 de Setembro de 2017 do Ministério da Saúde, define como funções do enfermeiro:

I.- Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras), em todos os ciclos de vida;

II.- Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, observadas as disposições legais da profissão;

III.- Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos;

IV.- Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe;

V.- Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela rede local;

VI.- Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;

VII.- Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS;

VIII.- Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos relacionados a sua área de competência na UBS; e

IX.- Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e que sejam de responsabilidade na sua área de atuação.

O vídeo produzido pelos estudantes pode ser visto AQUI ou abaixo.

Fonte: UFSC
Texto: Nicole Trevisol / Jornalista da Agecom / UFSC

Fotos e vídeo: Divulgação