Planos médicos têm crescimento menor
14/05/2013
"Planos médicos têm crescimento menor
Autor(es): Carolina Lenoir
Correio Braziliense - 14/05/2013
Ainda que o número de beneficiários de planos de saúde no Brasil tenha crescido 2,1% em 2012, chegando a 47,9 milhões de conveniados, a evolução do setor foi a menor registrada desde 2009. Os dados são do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), com base em informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Entretanto, o índice que mede o grau de utilização do serviço, chamado de sinistralidade, foi de 85%, o maior dos últimos 12 anos.
O número reforça a preocupação com o impacto do aumento da demanda desses serviços, especialmente em face ao envelhecimento da população brasileira, na sustentabilidade dos planos nos próximos anos. Uma tese da Universidade Federal de Minas Gerais prevê um colapso da saúde suplementar já na próxima década, caso medidas de reestruturação não sejam adotadas.
José Cechin, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante institucional das seguradoras, reconhece que as empresas estão preocupadas com o provável aumento dos gastos provenientes de doenças, especialmente com a maior prevalência de doenças crônicas e consequentes tratamentos longos e dispendiosos na população idosa. Ele lembra que há uma limitação na cobrança dos seguros para idosos, que não pode ser superior a seis vezes do valor dos convênios dos jovens.
Uma possível alternativa, segundo Cechin, seria uma política de previdência, como a proposta do VGBL Saúde, que ainda está em processo de aprovação pelo Ministério da Fazenda. “Funcionaria como uma poupança durante os anos em que a pessoa é assalariada, para que o valor seja sacado quando ela envelhecer e ajude a cobrir despesas de saúde depois da aposentadoria.”
Falhas
Para o supervisor comercial Ramon Abjaud da Costa, de 27 anos, o aumento dos gastos com o uso do plano de saúde tem a ver com falhas das próprias operadoras. “Minha mulher tem cálculo renal há alguns anos e frequentemente precisa ir a hospitais conveniados por conta das fortes dores. Não se resolve o caso dela em definitivo, o que faz com que sejam necessárias mais consultas, mais exames, mais medicamentos. Somos novos e não temos problemas graves de saúde, mas isso só nos faz temer como vai ser no futuro, quando a demanda vai ser maior”, afirmou."
Fonte: Correio Braziliense
Imagem: Arquivos.tribunadonorte.com