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Planos de saúde: pague para sofrer

25/02/2013

"Planos de saúde: pague para sofrer

Autor(es): » FLÁVIA MAIA
Correio Braziliense - 25/02/2013

No Brasil, 215 pessoas reclamam das operadoras todos os dias. Dificuldade na portabilidade, cobranças indevidas e negativa na autorização de procedimentos são as reclamações mais comuns. No Distrito Federal, são 9,3 queixas diárias

Usar plano de saúde no Brasil se transformou em dor de cabeça para boa parte dos consumidores que contratam esse tipo de serviço. Apesar de pagar mensalmente para ter atendimento médico, o paciente encontra inúmeros obstáculos para usufruir do que é pago. As dificuldades começam já na marcação das consultas, seja porque o médico de preferência está descredenciado, seja porque a data desejada não cumpre os prazos previstos em lei (Leia Para saber mais). Mas as reclamações não param por aí: o consumidor tem dificuldade de portabilidade, precisa conviver com cobranças indevidas e, na pior das situações, descobre que não tem direito a um procedimento quando mais precisa.

O resultado disso é uma explosão de queixas. São 215,4 por dia na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em todo o Brasil, contabilizando de janeiro de 2012 ao mesmo mês de 2013. No Distrito Federal, são 9,3 reclamações diárias. Para explicar tanta insatisfação, as associações de defesa do consumidor culpam a pouca fiscalização e a ausência de normas mais rígidas para a saúde suplementar. Já as operadoras reclamam de gargalos como o aumento das despesas médicas, o envelhecimento da população e as constantes mudanças na legislação, o que faz com que as empresas não se tornem sustentáveis e não consigam prestar um serviço de excelência. Contudo, a ANS argumenta que está fazendo o trabalho de proteger o consumidor e tem tomado as medidas cabíveis para que o serviço oferecido melhore.

Poucas respostas
Com tantas queixas e poucas respostas do que pode ser feito para melhorar o atendimento ao paciente, o setor de planos de saúde é uma das principais demandas de entidades como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “Plano de saúde é hoje um dos mais preocupantes problemas na relação de consumo”, diz Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Idec.

A funcionária pública Juliana de Salles Calvelhe Borges, 37 anos, sabe bem o que é dor de cabeça com plano de saúde. Ela contratou o serviço da Amil em novembro de 2012 e, em menos de dois meses de contrato, já começaram os problemas. “Eu fui fazer um exame em 5 de fevereiro e a atendente do laboratório me informou que o plano estava inativo. Entrei em contato com o 0800 e soube que eu estava suspensa por falta de pagamento, mas estou com todos os comprovantes. Mandei para a empresa e, até hoje, nada foi resolvido.”

Mesmo sendo um erro da empresa, Juliana está sem plano de saúde e teve que pagar uma consulta para a filha de três anos, que estava com dor de ouvido. “Espero agora o ressarcimento. Porque não fui eu que errei, foram eles. E eu estou sofrendo as consequências de estar sem plano de saúde. Estou indignada.” Por meio de nota, a Amil informou que o contrato de Juliana foi feito na modalidade coletivo, de adesão por meio da administradora de benefícios P.S Padrão. “Contrato este que foi cancelado pela administradora. Informamos ainda que já foi reativado e vamos proceder ao reembolso das consultas pagas pela cliente”, informou a nota.

Para saber mais

Suspensos pela ANS
Durante 2012 e 2013, a ANS suspendeu por três vezes a comercialização de planos de saúde por descumprirem os prazos estabelecidos pela agência para marcação de consultas. De acordo com a Resolução Normativa nº 259, da ANS, para consultas básicas, o cliente deve esperar, no máximo, sete dias úteis para conseguir o atendimento. Para outras especialidades, o prazo é de 14 e 21 dias, em caso de procedimentos de alta complexidade."

Fonte: Correio Braziliense

Imagem: Direitosaude.files.wordpress.com