Papanicolau ainda é a melhor prevenção
17/03/2013
"Papanicolau ainda é a melhor prevenção
"Existem mais de 100 tipos de HPV e esta vacina deve combater apenas quatro tipos. Por isso, o papanicolau, além de mais eficiente, é mais barato", diz Jacinta Matias
Vírus do papiloma humano. Tão impressionante como o nome são os números do Ministério da Saúde que alerta: são 137 mil novos casos do popularmente conhecido HPV registrados a cada ano no Brasil. Como agravante, o vírus é tido ainda como o responsável por 90% dos casos de câncer de colo do útero, além de atuar como protagonista em casos de câncer de pênis.
Em Jundiaí, a Secretaria de Saúde não sabe ao certo quantos são os casos notificados. "Os números que temos são os que dão entrada na rede pública. Grande parte da população, ou seja, 50% temos zero de informação", justifica a coordenadora de ginecologia e obstetrícia para a rede básica, Jacinta Matias.
Números à parte, o HPV é uma doença sexualmente transmissível (DST) capaz de provocar lesões de pele ou mucosa. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles são classificados em de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos (leia mais abaixo).
Vacina oficial - A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na tentativa de conter o HPV, acaba de aprovar e, por meio do Ministério de Saúde, pretende incluir no calendário municipal uma nova indicação para a vacina contra o HPV.
Jacinta considera a realização da coleta do papanicolau ainda como melhor forma de prevenção. "Existem mais de 100 tipos de HPV e esta vacina deve combater apenas quatro tipos. Por isso, o papanicolau, além de mais eficiente, é mais barato", justifica. Na rede privada, onde as vacinas já são vendidas para mulheres entre 9 a 26 anos, o preço varia entre R$ 250 e R$ 400 cada dose. São três no total.
O custo é alto porque apenas dois laboratórios produzem o medicamento no Brasil. Ou seja, oferecê-la gratuitamente exige um alto investimento diante de uma eficácia que não é total.
A médica explica ainda que há dois tipos de vacina contra HPV no Brasil: a bivalente e a quadrivalente. Ambas protegem contra, no máximo, quatro tipos do vírus, entre os mais de 100 existentes. "Isso significa que, mesmo com a aplicação da vacina, a proteção não é de 100% garantida."
A bivalente protege apenas contra os tipos 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero, vagina, vulva, anus e pênis. Já a quadrivalente protege contra esses antígenos e também contra os tipos 6 e 11, os principais agentes de verrugas genitais e condilomas, que são verrugas genitais produzidas pelo vírus.
Alerta - Considerado um grande vilão da saúde feminina, o HPV, além de câncer e doenças na região genital das mulheres, está relacionado a lesões e neoplasias na região da orofaringe - que compreende a cavidade bucal, da raiz da língua até a epiglote, uma espécie de lâmina que fecha a ligação da faringe com a glote -, como tumores malignos. Jacinta lembra ainda que, por ser uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), a principal via de proteção é a camisinha. Entretanto, nem o seu uso livra da contaminação.
"O contato da região de vulva, onde o preservativo não protege, pode permitir a transmissão", revela. Ainda assim, a ginecologista alerta. "Não há grupo de risco, nem comportamento de risco. A principal causa do HPV continua sendo a relação sexual sem o uso do preservativo."
Fonte e Imagem: Cofen.com