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Número de obesos aumenta no DF

20/03/2013

"Número de obesos aumenta no DF

Entre 2006 e 2011, o percentual de pessoas acima do peso chegou a 15%. Portaria do Ministério da Saúde reduz de 18 para 16 anos a idade mínima do paciente que precisa ser submetido à cirurgia bariátrica

» JULIA CHAIB

O número de pessoas obesas e com sobrepeso no Distrito Federal está cada vez maior. Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que, em 2006, 39,8% da população do DF estavam acima do peso e 10% eram obesos.Em 2011, esses números subiram, respectivamente para 49,2% e 15%, e se aproximam da média nacional, de 15,8%. Além dos problemas de saúde que a condição impõe às pessoas, os gastos com as doenças relacionadas afetam seriamente os cofres públicos.

Atualmente, o governo federal gasta cerca de R$ 500 milhões por ano com o tratamento de 26 moléstias decorrentes da obesidade em todo o país, conforme a pesquisa da Universidade de Brasília, divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. Desse total, quase 25% foram usados para o tratamento de casos graves, avaliados como obesidade mórbida. O levantamento considerou os dados de internações e de atendimentos de média e alta complexidades de 2011.

A pesquisa não detalhou os números por unidade da Federação, o que dificulta avaliar os gastos da capital com obesidade e sobrepeso. De acordo com a pesquisadora da UnB Michele Lessa, responsável pelo estudo, os números, além de alarmantes, projetam tendência de aumento. "O número de obesos mórbidos, especificamente, está crescendo em ritmo mais acelerado do que o de obesos."

No DF, segundo o coordenador de cirurgia bariátrica da Secretaria de Saúde do DF, Rafael Galvão, no ano passado, 6% dos brasilenses eram tidos como obesos graves. De acordo com a mesma pesquisa, por ano, há um aumento de 1,05% no número de pessoas de 18 anos ou mais com excesso de peso ao ano e 0,76% na quantidade de obesos. Esse resultado equivale à quase metade dos obesos dos Estados Unidos, onde a proporção fica em 27,6%.

Estilo de vida

O diretor de Saúde Mental do DF, Augusto Cesar de Farias, associa a grande quantidade de pessoas acima do peso ao estilo de vida da sociedade. "Além do fato de estarmos comendo mal, importamos um estilo de vida de países com alta taxa de obesos. Aliado a isso, há os fatores psicossociais que, na nossa sociedade, têm a ver com a pressa, a competitividade e a ansiedade. Muitas vezes, as pessoas recorrem à comida como modo de satisfação."

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se for levado em conta o número de pessoas com menos de oito anos de escolaridade, a quantidade de obesos dobra. "Isso está relacionado à educação e à qualidade dos alimentos, por exemplo. Para se combater é preciso agir em várias frentes, e não somente na saúde. É necessário controlar alimentação, fazer exercício físico, entre outras medidas", disse.

Cirurgia

Com 244kg, o auxiliar administrativo Daniel Aguiar, 30 anos, teve de fazer dois anos e dois meses de tratamento antes de se ser submetido à cirurgia no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em julho de 2011. Ele explica que precisava perder 44kg para poder realizar o procedimento. Com ajuda de medicamentos, reeducação alimentar e exercícios, conseguiu perder 39kg. Com histórico de obesidade na família, ele conta que o ganho de peso aumentou durante a adolescência. Um ano e meio após a operação, ele conseguiu perder 105kg e vem aos poucos recuperando o tempo perdido. "Antes, praticamente, nem caminhava. Hoje, trabalho e faço faculdade. Tenho estímulo para viver", comemora o estudante de farmácia. No DF, em 2011, foram feitas 128 cirurgias, somando os procedimentos registrados nos hospitais Regional da Asa Norte (Hran) e Universitário de Brasília (HUB).

Mais cedo

Ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha assinou duas portarias relacionadas à assistências à obesidade. Uma delas reduz de 18 anos para 16 anos a idade mínima para fazer a cirurgia. Além disso, uma nova técnica de cirurgia foi incluída e, com ela, o SUS passa a fazer quatro procedimentos diferentes. A pasta também retirou a idade máxima para a operação, que antes era de 65 anos.

A outra portaria assinada pelo ministro prevê ampliação da rede de atendimento do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. O ministério deve investir R$ 527 milhões no núcleo. A Secretaria de Saúde do DF informou que há oito núcleos de Atenção em Saúde da Família(Nasf) nas regionais de Samambaia, Riacho Fundo II, Estrutural e Planaltina, subordinados ao programa Estratégia em Saúde da Família (ESF). Os agentes do programa visitam o paciente e o encaminham para equipe os que estão com problema de obesidade ou de sobrepeso.

Alerta

De acordo com o Ministério da Saúde, é considerado normal um indivíduo cujo Índice de Massa Corporal (IMC) é menor ou igual a 25. Entre 25 e 29, o indivíduo apresenta sobrepeso e, entre 30 e 40, configura-se obesidade."

Fonte e Imagem: Cofen.com