Faça uma busca abaixo:
Posso Ajudar?

Niterói: estado de emergência na saúde

20/01/2013

Niterói: estado de emergência na saúde

Com a medida, prefeitura vai agilizar contratação de médicos e obras

Luiz Gustavo Schmitt (Email · Facebook · Twitter)
Publicado: 19/01/13 - 21h30

RIO - O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, decreta na próxima terça-feira estado de emergência na rede municipal de saúde. Com isso, poderá dispensar licitações para realizar obras em hospitais como o Getúlio Vargas, no Fonseca, e fazer contratações para sanar o déficit de profissionais. De acordo com dados da Fundação Municipal de Saúde (FMS), 455 médicos — quase metade do número de vagas destinadas a especialistas concursados, 922 — pediram demissão ou se aposentaram nos últimos quatro anos. A situação é semelhante com relação a dos enfermeiros: 84, de um total de 170, deixaram a rede.

O secretário de Saúde, Chico D’Ângelo, revela que inspeções feitas recentemente em instalações comprovaram desabastecimento de remédios e equipamentos. Relatórios da FMS indicam problemas em locais como a Unidade de Urgência Mário Monteiro, em Itaipu, onde respiradores artificiais e aparelhos de raios X não funcionam. Ali, faltam pediatras e ortopedistas.

Os relatórios também mostram a situação da Policlínica da Mulher, no Centro, que já foi uma referência em tratamento do câncer de mama. Hoje, seus dois mamógrafos estão quebrados.

— Instituir o estado de emergência é uma forma de dar resposta imediata ao caos. Se a prefeitura não tomar essa atitude, ficará numa situação ainda mais complicada — justifica D’Ângelo.

Morte durante apagão

Inaugurada há apenas um mês, a Policlínica do Largo da Batalha já se encontra na lista de problemas da rede municipal. A falta de um gerador de energia comprometeu o atendimento a uma paciente em estado grave, que morreu durante um apagão no dia 1º de janeiro. De acordo com o boletim médico, a mulher, sem identificação, tinha levado um tiro na testa e, ao ser encaminhada para a unidade, não pôde receber os primeiros socorros porque um respirador artificial não funcionava.

Na última quarta-feira, não havia pediatra no local. Goteiras e infiltrações eram visíveis em vários pontos do prédio. Uma ambulância em estado muito precário era usada para a remoção de pacientes. O veículo sequer tinha desfibrilador, equipamento fundamental para o atendimento a vítimas de infarto.

A decretação do estado de emergência será fundamental para o prefeito Rodrigo Neves cumprir uma de suas mais importantes promessas de campanha: a reabertura da emergência pediátrica do Hospital Getúlio Vargas, fechada em novembro de 2011.

Além de decidir pelo decreto, a prefeitura vai rever os contratos de 1.800 funcionários da rede por Registro de Profissional Autônomo (RPA), o que pode gerar questionamentos pelo TCE.

Fonte: Oglobo.com

Imagem: Oglobo.com