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Município nega epidemia

16/03/2013

"Município nega epidemia

Faixas como a colocada no Bairro Santo Antônio alertam moradores para a prevenção (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 25/2/12)

Secretaria de BH aponta dificuldades com novo vírus, mas sustenta que número de casos é três vezes menor que o considerado crítico. Seis postos funcionam neste fim de semana

Junia Oliveira

Os números da dengue explodiram em Belo Horizonte este ano, chegando, até agora, a 2.457 casos confirmados. De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, a região com o maior número de casos é a Norte, com 463 contaminados pela dengue clássica e um pela forma hemorrágica. O vilão responsável por uma transmissão que já é mais grave que as ocorridas em 2011 e 2012 é oficialmente o DEN-4 - vírus predominante nos casos. Ele foi detectado em BH pela primeira vez em maio do ano passado, no fim do período climático mais favorável à reprodução do mosquito, quando há calor e umidade. E pegou a população sem imunidade.

Apesar dos últimos resultados, a secretaria garante que a capital está longe de uma epidemia, ao contabilizar 103,4 registros a cada 100 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, o alerta máximo é lançado quando a proporção é de 300 por cada grupo de 100 mil moradores. O secretário municipal adjunto de Saúde, Fabiano Pimenta, nega que tenha havido falhas no combate ao Aedes aegypti.

"O trabalho do município é cotidiano e, em momento algum, a prefeitura deixou de cumprir o protocolo no sentido de controlar o mosquito ou assistir pacientes com dengue", diz. Ele destaca que evitar a entrada de um novo sorotipo é impossível. "O ir e vir da população é ágil e fácil. o DEN-4 estava em vários países do Caribe, na Venezuela e na Região Norte do Brasil", acrescenta.

Pimenta ressalta que, se o índice de infestação não estiver abaixo de 1% (detecção de foco do mosquito em uma casa a cada grupo de 100), estão dadas as condições para a proliferação, principalmente quando a população é suscetível ao sorotipo circulante. Em janeiro, o índice de infestação geral em BH era de 1,9%. O mais alto deles nos últimos anos foi registrado em 2010, quando ficou em 4,2%.

No total, 1,4 mil agentes de saúde trabalham exclusivamente com a dengue. Os mutirões de limpeza, ações educativas e mobilização social são alguns dos instrumentos do combate à doença. Centros de saúde também estão funcionando nos fins de semana para atender, exclusivamente, pacientes com suspeita de contaminação. Os postos Providência (Região Norte), Santa Terezinha (Pampulha) e Olavo Albino (Região Nordeste) funcionam sábado e domingo. Os centros Alcides Lins e São Paulo (Região Nordeste) e Pompeia (Região Leste) vão funcionar somente no sábado. Nos outros locais, o atendimento será feito pelas unidades de pronto-atendimento (UPAs).

O secretário afirma que desde 2010 não há óbitos de pacientes moradores de BH e, para manter esses indicadores, é importante não banalizar a doença. "É uma enfermidade potencialmente grave, mas a maioria pode ser resolvida na atenção primária. Se a pessoa tiver febre, deve procurar uma unidade de saúde no mesmo dia, se possível. Os exames de sangue ficam prontos em duas horas e indicam qual tratamento será adotado", diz. "É importante que cada um na sua casa some esforços com o poder público e cheque se há algo acumulando água", acrescenta.

O vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, Carlos Starling, também chama a atenção para o papel da população: "As pessoas devem ficar atentas e tomar conta do seu espaço. A dengue reflete o grau de consciência coletiva das pessoas. Se elas não tomam conta de seu local, onde estão os filhos que podem ser infectados, não vão se preocupar com o restante".

Fonte e Imagem: Cofen.com