Faça uma busca abaixo:
Posso Ajudar?

Mulheres se recusam a refazer mama

02/05/2013

"Mulheres se recusam a refazer mama

Presidente Dilma Rousseff sancionou lei que obriga o SUS a realizar procedimento de reconstituição

Como a maior parte das acometidas de câncer de mama se recusam a realizar a cirurgia de reconstituição de mama, a fila de espera por cirurgias plásticas reparadoras de mama no Ceará está zerada. Além disso, no Ceará, um terço opta por não fazer o procedimento de reconstrução.

As dificuldades enfrentadas depois que descobrem ter a doença e passam por procedimentos cirúrgicos afeta lado psicológico das pacientes FOTO: ALEX COSTA É o que afirma o presidente do Comitê Estadual do Controle do Câncer, Luiz Porto. Isso porque as unidades que realizam esse tipo de procedimento - Hospital Geral Dr. César Cals, Santa Casa de Misericórdia, Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Instituto do Câncer do Ceará (ICC) e Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) -, como explica o médico oncologista, têm atendido a demanda, que não é grande. "Boa parte das mulheres não quer reconstituir a mama e a grande maioria já está em um estado bem avançado do câncer e não podem passar por uma cirurgia reparadora. Até porque o resultado não fica bom".

Prótese

As situações de recusa são explicadas por muitos fatores, como informa o médico. "Existe muita coisa envolvida no querer fazer prótese mamária", ressalta. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Regional Ceará, Antônio de Pádua Carneiro, a mama é símbolo da feminilidade e é parte do corpo de grande envolvimento emocional. Além disso, há a questão de que a mutilação prolonga a recuperação, de acordo com as pacientes, e ainda que algumas mulheres se recusam a passar por um novo procedimento. "O não optar pela intervenção só pode afetar o lado psicológico. As mulheres podem entrar num processo de depressão", revela.

O único problema em realizar a reconstituição mamária no Ceará é a dificuldade de obter a prótese. Isso será resolvido, de acordo com o médico, a partir de agora com a sanção da lei 12.802, pela presidente Dilma Rousseff, no fim de abril.

A nova regra dispõe sobre a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer. A lei já foi publicada no Diário Oficial da União. A legislação estabelece que a reconstrução será efetuada automaticamente, no momento em que for realizada a retirada da mama, quando houver condição técnica.

50% dos casos de câncer do CE serão avançados

A estimativa para 2013 é que por volta de 2 mil mulheres tenham câncer de mama em todo o Ceará. Uma preocupação de especialistas da área é que em mais de 50% dos casos a doença seja avançada. O diagnóstico costuma ser tardio no Estado, como aponta o presidente do Comitê Estadual do Controle do Câncer, Luiz Porto.

Pelos cálculos do Comitê Estadual do Controle do Câncer, cerca de 2 mil casos de câncer de mama devem surgir no Estado somente neste ano de 2013

Além disso, o presidente do Comitê aponta ainda que ainda há poucos mastologistas no Estado do Ceará, além do que algumas mulheres não fazem mamografia, que precisa ser feita anualmente a partir dos 40 anos, periodicamente.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Regional Ceará, Antônio de Pádua Carneiro, acrescenta que a cirurgia é melhor que seja feita em um segundo momento e não logo em seguida da mastectomia. "Já realizamos o procedimento aqui no Ceará há anos, mas a nova lei vai servir como garantia de um direito", conclui o dirigente.

O País conta hoje com 181 serviços de saúde credenciados e habilitados pelo Ministério da Saúde para realizar a cirurgia reparadora. Em dois anos, foram qualificados 11 novos serviços. Em 2012, o SUS realizou 1.394 intervenções de prótese mamária, 50 a mais que no ano anterior.

Conforme a nova lei assinada pela Presidência, no caso de impossibilidade de reconstrução imediata, quando o câncer está em grau avançado, o que significa que o tumor está com mais de 5 cm ou nos casos de infiltração na pele ou ulceração, a paciente será encaminhada para acompanhamento e terá garantida a realização da cirurgia imediatamente após alcançar as condições clínicas requeridas."

Fonte: Cofen.com

Imagem: Hotsite.diariodonordeste.com.br