MPPB e Coren constatam falta de médicos e outras irregularidades o Hospital Rodrigues de Aguiar
08/12/2012
MPPB e Coren constatam falta de médicos e outras irregularidades o Hospital Rodrigues de Aguiar
Problemas com acessibilidade, déficit de profissionais de enfermagem, ausência de médicos nas enfermarias, não administração de medicações nos horários e nas dosagens prescritas e lixo hospitalar armazenado inadequadamente. Essas foram os principais irregularidades encontradas no Hospital Infantil Rodrigues de Aguiar, em João Pessoa, em inspeção realizada pelo Ministério Público da Paraíba, através do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Saúde, e pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren), na última terça-feira (4).
Segundo informações da coordenadora do Caop da Saúde, promotora Adriana Amorim, também foram constatadas insuficiência do número de máscaras para nebulização, condições inadequadas para o exercício da enfermagem, falta de Central de Material e Esterilização e ausência de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
“O hospital é privado, porém conveniado ao SUS, que representa cerca de 90% dos atendimentos. Na ocasião da visita, havia cerca de 25 a 30 crianças internas, acompanhadas por mães aflitas, reclamando da qualidade do atendimento”, disse a coordenadora.
Ela informou ainda que pacientes vindas de outros municípios, como Lucena e Capim, reclamavam do calor, da falta de lençóis para as camas hospitalares, dos banheiros quebrados e da falta de um local adequado para fazerem a higienização de seus filhos, alguns com poucos meses de vida. Os ventiladores e ar condicionados estavam quebrados.
Ao final da fiscalização, a coordenação do Caop e os representantes do Coren se reuniram com a direção que relatou algumas dificuldades enfrentadas pela instituição. Também relatou uma greve de alguns profissionais de enfermagem, bem como do bloqueio de verbas do SUS, determinado judicialmente, para o pagamento de débitos trabalhistas, o que estaria impedindo o bom funcionamento do local.
“Em que pesem as dificuldades narradas, ela não justificam a ausência das condutas necessárias ao bom atendimento da população, que tem direito a um serviço de saúde de qualidade. O hospital é contratualizado com o município de João Pessoa e, por receber verbas públicas, deve cumprir seu papel, garantindo às crianças e adolescentes que buscam seus serviços, a dignidade garantida constitucionalmente”, ressaltou Adriana Amorim.
O Caop da Saúde recebeu ainda um documento com informações do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Estado da Paraíba, sobre a situação do hospital. Também foram solicitadas as fiscalizações do Conselho Regional de Medicina e do Conselho Regional de Farmácia, uma vez que no momento não foi constatada a presença de profissional farmacêutico, que é obrigatória numa unidade hospitalar.
Fonte: Paraiba.com.br
Imagem: Paraiba.com.br