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Mortes violentas crescem 1,3% no Brasil

18/12/2012

Mortes violentas crescem 1,3% no Brasil

O Estado de S. Paulo - 18/12/2012

O número de mortes violentas registradas em cartórios no Bra­sil cresceu 1,3% no ano passado em relação a 2010, apontou a pes­quisa Estatísticas do Registro Ci­vil do IBGE. Em 2011, os cartó­rios registraram 111.546 mortes por causa externa violenta (aci­dente, suicídio ou homicídio).

Os aumentos ocorreram no Centro-Oeste (6,9%) e Nordes­te (5,5%), com reduções no Nor­te (-5,5%), Sul (-1,7%) e Sudeste (-0,3%). Especialistas adverti­ram que o aumento dos óbitos por causa ignorada pode ocultar homicídios, o que colocaria em dúvida a extensão da suposta re­dução do número de assassina­tos alardeadas pelos governos de alguns Estados.

"As mortes por causas exter­nas são no Brasil o terceiro prin­cipal grupo de causas de óbitos na população em geral e a primei­ra entre os jovens de 15 a 24 anos", diz o trabalho. "A proporção chega a 75,4% em Alagoas, no caso dos homens. Cabe destacar que este é um fenômeno que abrange todos os Estados."

Os pesquisadores apontaram queda no porcentual de mortes não registradas - de 16,3%, em 2001, para 6,2% em 2011. A ten­dência de redução ocorreu em to­das as regiões, mas Norte e Nor­deste, que partiram de propor­ções altas (respectivamente 38,7% e 30%), ainda tinham 20,6% no ano passado. Uma em cada cinco mortes não era notifi­cada. Para o gerente da pesquisa, Cláudio Crespo, a maioria é de mortes de crianças com até 4 anos. "Essas pessoas não deixam direitos futuros, como ocorre com adultos, que às vezes legam pensões", explicou.

O número de mortes por cau­sa ignorada aumentou, em 2011, 38,1% em relação a 2010. Foram 15.633 pessoas cujas causas de morte não foram registradas, ante 11.319 no ano anterior. Todas as regiões registraram cresci­mento nesses óbitos: o Norte te­ve 101,4%; o Nordeste, 70%; o Sul, 51,9%; o Centro-Oeste, 22,6%; e o Sudeste, 1,9%.

"A questão envolve a qualida-de da informação registrada nos cartórios", disse Crespo. "Po­dem ter sido óbitos que ocorre­ram nos domicílios, sem acom­panhamento médico. Outro fa­tor importante é se a morte ocor­reu em um local ermo."

O IBGE também concluiu que continua a cair o porcentual de registros de nascimento extem­porâneos, ou seja, aqueles que não são feitos no ano em que ocorreram. Em 2011, foram 202.636 crianças registradas nessas condições - 6,7% do total, an­te 7,1% em 2010.

Outra constatação é que em 2011 quase dois terços (68,3%) das mortes de crianças de até 1 ano foram do tipo neonatal pre­coce (zero a seis dias - 51,8%) e neonatal tardio (7 a 27 dias ::i 16,5%). Esses indicadores sinali­zam melhoria nas condições de saneamento e acesso à saúde, já que as mortes de crianças, em seus primeiros dias, se devem ba­sicamente a causas naturais.

Fonte: Estadao.com

Imagem: Seesp.org.br/site/