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Ministério da Saúde recebe denúncia de falta de médicos na UPA

25/10/2012

Ministério da Saúde recebe denúncia de falta de médicos na UPA

Representantes do Ministério da Saúde (MS) receberam ontem a denúncia da contínua falta de médicos na recém-inaugurada Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Zona Norte, na Capital. Médica do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Maria Rita de Assis Brasil, participou ontem de uma reunião no hospital e detalhou os problemas que a unidade vem enfrentando.

O encontro era para tratar da reforma na emergência do hospital. A direção não gostou muito do que eu disse ao revelar que havia coisas embaixo do tapete que precisavam ser ditas. Ainda há falta de médicos na UPA, principalmente de clínicos , afirma Maria Rita. Ela garante que dois colegas receberam proposta para trabalhar na UPA por seis meses como clínico-geral para depois serem promovidos a cirurgião, cargo para o qual foram admitidos em concurso público. Quem tiver colocação melhor no concurso do que esses casos que citei como exemplo, pode recorrer judicialmente para obter a sua vaga de clínico-geral , explica.

A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirma que a gerência dos recursos humanos da UPA Zona Norte é responsabilidade do GHC. No entanto, a prefeitura justifica que assumiu o compromisso de suprir a carência de médicos nos finais de semana na unidade por ser parceira da mesma. Além disso, para que a UPA não deixe de funcionar, a prefeitura paga os profissionais por meio de um sistema de jornadas de 12 horas-extras, e não por plantões de mesma carga horária. Os colegas dizem que a oferta é de pagamento de horas em dobro para quem aceita a empreitada , complementa Maria Rita. Para a assessoria da SMS, as 12 horas-extras explicam a diferença entre o salário de um plantonista e de um médico que aceite trabalhar na UPA nessas condições.

No início de outubro, o secretário municipal de Saúde, Carlos Henrique Casartelli, em reunião com o superintendente do GHC, Carlos Eduardo Nery Paes, comprometeu-se a contratar dois médicos para o déficit de atendimento de 48 horas semanais, conforme análise do grupo. Maria Rita avalia que esse gerúndio que não chega é um problema. Esse estamos contratando e não contratar, não podemos aceitar .

A assessoria da SMS lembra que no dia 16 de outubro, o secretário falou: a Secretaria Municipal de Saúde entende a dificuldade na contratação de profissionais e já manifestou à direção do GHC o interesse em auxiliar na resolução das dificuldades enfrentadas pela instituição. Parceiros devem dialogar e decidir juntos . Na ocasião ele acrescentou ainda que a data de inauguração da UPA, 28 de setembro, foi decidida em consenso entre a prefeitura de Porto Alegre, o GHC, o Ministério da Saúde e o governo do Estado.

Um dia depois, em 17 de outubro, a vice-presidente do Simers denunciou que a UPA foi aberta às pressas, sob pressão da prefeitura por conta das eleições. Robinson Amaral, gerente de pacientes externos do GHC, confirmou a declaração, contextualizando que a decisão do Executivo municipal contrariava o planejamento da instituição responsável pelos recursos humanos da unidade. E, por isso, os médicos que faltam no quadro ainda não tinham sido chamados. Maria Rita enfatiza que o GHC também não teve tempo hábil para treinar os profissionais para lidar com o sistema informatizado disponível na UPA.

Na terceira semana de outubro, matéria da SMS apresentava a UPA da seguinte forma: A UPA dispõe de 32 médicos para assistência clínica . No folheto de divulgação distribuído na unidade, a propaganda é de que 42 médicos formam o quadro clínico do pronto-atendimento. O coordenador da UPA não quis dar entrevista. A assessoria do GHC disse que não há falta de médicos.

Fonte: Cofen.com

Imagem: Caosnasaudepublica.blogspot.com