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Metade dos servidores públicos do DF mora fora do Plano Piloto

03/05/2013

"Metade dos servidores públicos do DF mora fora do Plano Piloto

Carla Rodrigues

Especial para o Jornal de Brasília

Ao contrário do que pensam muitas pessoas, ser funcionário público no Distrito Federal não é sinônimo de comodidade – pelo menos no que se refere à mobilidade. Pesquisa da Companhia de Planejamento (Codeplan) revela que 120 mil funcionários do setor, de um total de 238 mil – 49,5% –, trabalham no Plano Piloto. Porém, moram longe do centro da capital.

Ou seja, esses trabalhadores, diariamente, enfrentam engarrafamentos e dificuldade para estacionar. Há ainda aqueles que optam pelo transporte público e acabam lidando com outros problemas: faltam ônibus, muitos quebram no meio do caminho, e, quase sempre, estão lotados.

O estudo Emprego no Setor Público do DF: local de trabalho e de moradia dos servidores federais e do GDF mostrou ainda que Taguatinga e as regiões próximas (Ceilândia, Águas Claras, Vicente Pires, Riacho Fundo, Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Brazlândia) são as que mais concentram trabalhadores do setor público – 36%.

Outros locais próximos ao Plano Piloto, como Sudoeste e lagos Sul e Norte, abrigam 18% dos funcionários dos governos local e Federal. Outra constatação, não tão surpreendente, é que a área central de Brasília atrai ainda trabalhadores de empresas particulares, o que agrava a concentração de pessoas e carros na capital do Brasil.

Para o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, a descentralização dos postos de trabalho seria uma solução, já buscada pelo GDF, que está criando o Centro Administrativo de Taguatinga. “A previsão é de que a área fique pronta até o ano que vem. Com isso, pelo menos 20 mil servidores trabalharão lá”, disse.

Enquanto o centro não fica pronto, funcionários reclamam do tempo perdido. “Perco quatro horas diárias no trânsito. Saio de carro às 7h de casa para chegar ao emprego às 9h. É absurdo”, revelou o funcionário do Ministério da Previdência Jefferson Bezerra, 30 anos. O morador de Ceilândia defende investimentos em transporte público.

Especialista em trânsito, David Duarte acredita também que a melhor opção para o afogamento da região é investir nos ônibus. “O que prejudica muito o trânsito é a quantidade de carros. É preciso que o transporte público tenha algumas características básicas, como conforto, pontualidade, frequência, tarifa competitiva e rapidez”, diz.

Segundo o professor, acessibilidade também é outro ponto a ser considerado. “O governo fica sempre falando do futuro e não realiza o que é necessário. O que nos faz desacreditar um pouco da nova licitação”, avaliou.

“Por causa dos congestionamentos, me atraso praticamente todo dia”, contou o servidor da Câmara Federal Fábio Almeida, 34 anos. Morador do Guará, ele enfrenta os congestionamentos da EPTG. “Isso é questão de racionalidade do governo. Não tem por que concentrar tudo num lugar só”, acrescentou.

Conforme a pesquisa, apenas cinco das 30 regiões administrativas do DF oferecem empregos suficientes para os servidores residentes, entre elas Plano Piloto, SIA, Taguatinga, Lago Sul e Núcleo Bandeirante. Ceilândia, 25 quilômetros distante de Brasília, é o local com mais moradores trabalhando no Plano Piloto: 50 mil.

E se para quem vai de carro até o trabalho está difícil, quem utiliza o transporte público sofre ainda mais. Este é o caso de George Ricardo dos Santos, 23, servidor do Ministério da Saúde. “O pior problema são os horários dos ônibus, além da precariedade dos coletivos”, diz o morador de São Sebastião."

Fonte: Cofen.com

Imagem: Jornaldebrasilia.com