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Medite para render mais no trabalho e evitar o estresse

19/03/2013

"Medite para render mais no trabalho e evitar o estresse

Estudos comprovam que praticar meditação ajuda a aumentar a criatividade e a controlar várias doenças

Natália Flach

Em meio à correria de shows, gravações de discos e viagens ao redor do mundo, Paul McCartney decidiu que era hora de retomar o foco. "A esposa de GeorgeHarrison, Pattie, viu que o guru Barry Long estaria na cidade e disse que todos deveríamos ir. Naquele momento (na década de 1960), eu não queria, porque tinha muita coisa acontecendo. Foi a primeira vez que ouvi falar sobre meditação. Mas acabei indo", disse o ex-Beatle em uma entrevista ao diretor David Lynch. "A sensação era de que a meditação nos acalmaria e que, por isso, valia a pena tentar. Parecia ser simples e atraente", acrescentou o cantor que é praticante até hoje.

Não são apenas os grandes ídolos do rock que precisam desacelerar de vez em quando. Às vezes, a agenda dos executivos também é tão atribulada quanto a dos astros e os efeitos podem ser negativos até para a saúde. Para evitar que isso aconteça com os funcionários, Luiz Lobo que dirige a agência de publicidade Full Jazz Comunicação, inovou. De hora em hora, toca um sininho que avisa que é o momento de os colaboradores pararem por um minuto. "Pode parecer pouco mas faz uma enorme diferença", afirma. "É o momento para parar, tomar água, se esticar ou até meditar para ter fôlego para os próximos 59 minutos." Mas os benefícios do que os cientistas chamam de "repouso em alerta" vão muito além de desacelerar o ritmo do dia a dia.

Mais de 600 pesquisas científicas foram conduzidas em instituições como Harvard, UCLA e Stanford, e os resultados apontam: aumento da criatividade e da capacidade de resolver problemas, controle da ansiedade e da depressão; mais autoconfiança, memória e concentração, além da redução da pressão arterial e de dores de cabeça. De acordo com o Instituto Nacional de Meditação, um estudo feito por uma empresa de seguros de saúde atestou que os praticantes com mais de 40 anos têm 87% menos doenças do coração e vão ao médico 74% menos vezes que os não praticantes.

José Roberto Leite, coordenador de medicina comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que a prática deve ser feita por etapas. O primeiro passo é o praticante prestar atenção em sua respiração. "Essa técnica já é consagrada no zen-budismo", diz. A ideia é que se pratique essa técnica por uma semana - de oito a dez minutos diários. "Não precisa fazer todos os dias, mas, se fizer, vai se atingir o objetivo mais rapidamente", esclarece. O melhor horário para a prática é no fim da tarde, segundo o especialista. "Tem de ser depois do dia de trabalho, porque aí fica mais fácil relaxar, mas precisa ser antes do jantar para evitar que a pessoa durma. Não é recomendável fazer pela manhã porque dificulta a retomada do pique para realizar as atividades do dia a dia", destaca o especialista.

Mantras

A segunda etapa da meditação é um pouco mais elaborada. O praticante tem que voltar o pensamento para uma parte do corpo específica. "Se o braço estiver doendo, tem que focar o pensamento nele e nos músculos doloridos e em como eles estão ficando relaxados. É como se fosse uma autohipinose que pode ser feita com o corpo todo", acrescenta. Já o terceiro momento é quando se introduz o mantra, que é uma palavra que pode ter significado conhecido ou não. O praticante deve repeti-lo à medida que respira lentamente.

Por fim, chega-se ao nível mais difícil que é o fluxo de pensamentos. "Nesse momento, já existe uma estruturação cognitiva: sabe-se que os pensamentos geram sentimentos. Quando se tem um pensamento distorcido, o resultado será algo ruim. É o momento de trabalhar a reestruturação dos pensamentos." Nesta etapa, por ser a mais avançada, o praticante deve exercitar mais do que uma semana - como nos outros níveis. Outra dica é passar mais tempo nessa etapa. Em vez de praticar de oito a dez minutos, o especialista indica ficar de 20 a 30 minutos. Ao todo, o treinamento dura de cinco a oito semanas e pode ser repetido sempre que necessário.

"É possível praticar sozinho, Dá para fazer sozinho, mas a pessoa precisa ter perfil autossuficiente. Quem não tem, pode contratar ou contar com um amigo que o ajude. Independentemente de quem, é importante que o praticante saiba que a responsabilidade de alcançar o crescimento é dele e não do outro que está ao lado."

Os efeitos são imediatos, segundo Leite. "Quando termina a meditação, já se tem um estado de tranquilidade, sensação de descansado. Mas para os efeitos mais significativos -como corrigir um processo obsessivo - precisa de mais tempo. Mas isso é possível e se chama plasticidade."

Um estudo sobre utilização e gastos médicos comprovou que participantes da Abordagem de Maharishi para Saúde baseada na consciência, a qual inclui a prática do programa da Meditação Transcendental, apresentaram grande diminuição de hospitalizações, visitas médicas e gastos médicos em geral em comparação ao usual. Estudantes universitários que aprenderam a Meditação Transcendental mostraram, após 40 dias de prática, melhora na memória de curto prazo e aumento no processo de organização do pensamento.

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Na Full Jazz Comunicação, os funcionários param de hora em hora para descansar a mente e o corpo

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8 a 10 minutos

Este é o tempo indicado para iniciantes na meditação. Com a prática, recomenda-se aumentar para 20 a 30 minutos."

Fonte e Imagem: Cofen.com