Médicos de 15 Estados podem parar atendimento a planos
09/10/2012
Médicos de 15 Estados podem parar atendimento a planos
Proposta é suspender consultas e exames por até 2 semanas, a depender do local
Profissionais pedem reajuste em valores recebidos; operadoras afirmam que isso ocorre regularmente
DE BRASÍLIA
Vendo como insatisfatória as negociações com as operadoras de saúde, entidades médicas prometem nova paralisação contra os planos -a quarta desde abril de 2011.
A partir de amanhã, médicos de ao menos 15 Estados podem suspender os atendimentos eletivos; os de urgência e emergência deverão ser mantidos. Desta vez, a suspensão pode ser mais longa, a depender do Estado.
No Maranhão, por exemplo, a ideia é que o atendimento a sete operadoras seja suspenso do dia 10 ao 24.
Em São Paulo, a proposta é paralisar do dia 10 ao 18 o atendimento a 12 operadoras.
A orientação é que consultas e exames eletivos marcados para essas datas sejam remarcados pelos médicos.
Os pacientes podem ainda pagar e pedir reembolso aos planos, dizem as entidades que coordenam a paralisação -CFM (Conselho Federal de Medicina), Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e AMB (Associação Médica Brasileira).
Amapá, Ceará, Distrito Federal, Pará e Roraima não devem parar, mas há atos previstos. E sete Estados ainda fariam assembleias para decidir o alcance local do movimento.
A mobilização, com as paralisações e atos, está prevista de 10 a 25 de outubro.
Os médicos reivindicam reajuste nos valores pagos pelos planos, assinatura de contratos prevendo índice e periodicidade para reajustes e reajustes coletivos, entre outros.
De 2000 a 2011, segundo as entidades, o reajuste pago pelos usuários às operadoras foi de 150%, e o pago aos médicos ficou próximo de 50%.
Aloísio Tibiriça, do CFM, diz que o país está prestes a ter o "apagão da saúde suplementar", por longas filas, baixos honorários e falta de médicos.
A FenaSaúde, que reúne 15 grupos de operadoras, incluindo algumas grandes no país, diz que suas associadas "praticam reajustes regulares para procedimentos médicos e consultas". "No acumulado de 2005 a 2011, os honorários dos médicos aumentaram em 71,6%, enquanto a inflação acumulada (IPCA) foi de 41,9%." (JOHANNA NUBLAT)
Fonte: Folha.com
Imagem: Falamedico.wordpress.com