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Medicina personalizada cria novo tratamento

13/09/2012

Medicina personalizada cria novo tratamento

Sequenciamento completo do Genoma traz esperanças para pacientes; método permite prescrever drogas específicas

Foi impulsionada pela doença de um colega de trabalho que a equipe de Timothy Ley, diretor assistente do Instituto de Genoma da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriu um novo medicamento que está apresentando resultados promissores no tratamento da leucemia - o tipo mais comum de câncer nos glóbulos brancos.

Na ocasião, o médico e cientista norte-americano Lukas Wartman foi diagnosticado com o mesmo tipo de câncer que pesquisava, e seu quadro estava evoluindo rapidamente.

Assim, no último mês, Ley propôs à equipe que concentrasse seus esforços na pesquisa da doença do colega, o que ajudaria também outros pacientes com o mesmo diagnóstico.

Os pesquisadores se dedicaram ao estudo da doença integralmente e encontraram um culpado: um gene normal que estava esgotado, emitindo para o corpo uma enorme quantidade de uma proteína, que parecia estar alimentando a evolução da doença.

Remédio

Havia, entretanto, uma droga experimental que poderia neutralizar o gene com mau funcionamento. O cientista Lukas Wartman se tornou a primeira pessoa a receber a droga para o tratamento da leucemia, e seu câncer agora está regredindo.

De acordo com os pesquisadores, o que é importante não é o tecido ou órgão no qual o câncer se origina, mas, sim, o gene que leva à doença. Com essa nova abordagem, os pesquisadores esperam que os tratamentos sejam adaptados para as mutações do tumor típicas de cada pessoa.

Os coquetéis de tratamento seriam similares aos usados contra o HIV, o vírus da Aids, que contêm diversas drogas diferentes para atingir o agente patogênico em várias áreas críticas.

Popularização

Os pesquisadores diferem sobre quando o método, conhecido como sequenciamento completo do genoma, estará amplamente disponível. As estimativas variam de poucos anos a uma década ou mais. Mas eles são unânimes em acreditar que as perspectivas são enormes.

Com as bruscas quedas nos custos do sequenciamento e a explosão das pesquisas com genes, os especialistas da área médica esperam que a análise genética do câncer se torne rotina.

Da mesma forma, como os patologistas fazem exames de sangue para decidir qual antibiótico administrar, o sequenciamento genético também irá determinar quais drogas conseguirão parar o câncer.

"Até que se saiba o que está conduzindo o câncer de um paciente, não se tem efetivamente nenhuma chance de atingi-lo. Pelos últimos 40 anos, estivemos mandando nossos generais para a guerra sem um mapa do campo de batalha. Agora estamos desenhando esse mapa", compara o médico Timothy Ley.

Mercado

Grandes empresas de medicamentos e pequenos laboratórios farmacêuticos estão se juntando a essa corrida, começando testes com drogas que atacam um gene em vez de um tipo de tumor. Pesquisas em laboratórios estão sendo realizadas. Grandes empresas investidoras também estão envolvidas.

No momento, todo o sequenciamento genético ainda está em estágio inicial e é assustadoramente complexo. As sequências dos genes são somente o começo, e o trabalho pesado é descobrir quais mutações são importantes. Essa é uma tarefa que requer habilidade, experiência e, até, instintos.

Traduzido por Raquel Sodré

Fonte: Cofen.empauta.com

Imagem: Cofen.empauta.com