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Medicamento ajuda a combater edema na visão

12/06/2013

"Medicamento ajuda a combater edema na visão

Cecília Dionizio

O ranibizumabe promove, entre outros benefícios, a estabilização da doença visual. Seu fator de crescimento do endotélio vascular é responsável pela proliferação de novos vasos sanguíneos
O Ministério da Saúde aprovou o uso de um medicamento que está indicado para evitar o risco da perda de visão pelo edema macular diabético (EMD). Trata-se do ranibizumabe (Lucentis), fármaco que já teve estudos publicados nos principais periódicos científicos e que promove entre outros benefícios a estabilização da doença visual.

Quem já indica o tratamento para seus pacientes é o oftalmologista Carlos Eduardo Cury Junior, diretor clínico do departamento de Retina e Vítreo do Hospital do Olho Rio Preto (Horp), que alerta para a importância dos cuidados com a visão do diabético, uma vez que a perda da visão associada à doença reduz a qualidade de vida das pessoas e limita suas atividades diárias, como trabalhar, dirigir e interagir socialmente.

O médico explica que o medicamento foi desenvolvido inicialmente de forma bem sucedida no tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI). "A partir daí, os pesquisadores, satisfeitos com a eficácia contra a DMRI, concluíram que existiam características comuns entre as duas doenças. A principal característica é a presença do VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular), responsável pela proliferação de novos vasos sanguíneos.

Após a realização de dois grandes estudos, a droga foi aprovada para a comercialização também nos casos diabéticos, pela sua enorme eficácia", explica. Cury observa que a medicação é injetada através de procedimento cirúrgico indolor na região do vítreo (substância gelatinosa que preenche o globo ocular). E, dali em diante, vai atuar diretamente nos vasos sanguíneos doentes, bloqueando a ação do VEGF, com consequente diminuição do inchaço (edema) e dos vasos doentes.

"O procedimento que até então era feito por intermédio de laser (fotocoagulação) agora tem a possibilidade de maior eficácia, uma vez que a nova droga se mostrou superior ao tratamento com o laser, além de ter demonstrado não lesionar a retina, como ele faz", diz.

Complicações do diabetes

Entre todas as complicações, a que mais preocupa o portador de diabetes é o risco de perder a visão. Estima-se que 12 milhões de brasileiros sejam diabéticos. Apesar disso, de acordo com dados do Ministério da Saúde, aproximadamente metade desse número não sabe que possui a doença, caracterizada pelos altos níveis de açúcar no sangue.

Quem vive o risco de ficar cega é a aposentada Ana Carvalho, 78 anos, diagnosticada há alguns anos com diabetes do tipo 1. "Tenho de passar por consulta todo mês, e acompanhar rigorosamente. Já perdi mais da metade da visão do olho esquerdo e a outra completamente", diz.
Um estudo recente da Secretaria de Estado da Saúde aponta que, a cada hora, duas pessoas são internadas em São Paulo vítimas de complicações do diabetes.

Segundo o endocrinologista Balduino Tschiedel, presidente da Sociedade Brasileira do Diabetes (SBD), que esteve no último sábado no Simpósio de Atualização de Diabetes tipo 1 e Patologias Associadas, em Fortaleza, depois de 20 anos com diabetes do tipo 1 - insulinodependente - 90% dos pacientes desenvolvem a chamada retinopatia diabética e, no caso de quem tem a doença do tipo 2 - usam medicamentos orais e às vezes a insulina -, cerca de 60% sofre com o problema.

Danos dos vasos

Entre os portadores de retinopatia, uma parcela importante desenvolve o edema macular diabético (EMD), um vazamento de fluidos dos vasos sanguíneos anormais localizados na porção central da retina, denominada mácula. E as principais vítimas são aquelas pessoas que não conseguem controlar o diabetes e a pressão sanguínea, situações que levam ao aumento do risco de desenvolver a retinopatia diabética e o EMD.

Isso ocorre, de acordo com o oftalmologista Cláudio Dalloul, especialista em retina e vítreo do D'Olhos Hospital Dia, de Rio Preto, porque o diabetes pode causar danos na estrutura dos vasos que nutrem a retina, tecido ocular mais importante na formação das imagens (visão), levando à disfunção e falência da mesma.

Dalloul explica que a mácula é a área da retina responsável pela visão central e de detalhes (leitura, por exemplo). Devido às alterações na parede dos vasos que irrigam a mácula, eles ficam muito permeáveis e permitem a passagem de líquido de dentro dos vasos para o tecido retiniano, neste caso, na área macular. Assim, este tecido fica edemaciado (intumescido, inchado) pelo acúmulo de líquido, caracterizando o edema macular diabético, que é uma das principais causas de baixa visual nestes pacientes."

Fonte e Imagem: Diarioweb.com