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MEC trabalha para ampliar Banco Nacional de Itens

17/12/2012

MEC trabalha para ampliar Banco Nacional de Itens

Mas Inep não revela número de questões disponíveis alegando ser informação sigilosa

Para ser possível a aplicação do Enem via computador, com provas diferentes e adaptadas a cada estudante, é fundamental haver um grande universo de enunciados que podem ser usados no exame. Entretanto, o Banco Nacional de Itens (BNI), que fornece questões para testes como o Enem, Enade e Provinha Brasil, foi, por vezes, criticado pela falta de transparência. Em junho deste ano, O GLOBO recorreu à Lei de Acesso à Informação para saber o número de itens no banco. Mas o Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) respondeu que não divulgaria a quantidade por se tratar de informação classificada no grau de sigilo “reservado”.

Segundo a resposta, “a divulgação de informações relativas aos bancos de itens do Inep, assim como de seus elementos intrínsecos (itens, parâmetros pedagógicos, estatísticas dos mesmos, estruturas e processo de funcionamento), pode comprometer a segurança e o desenvolvimento das ações de avaliação conduzidas pelo Instituto”. Em entrevista ao GLOBO, o presidente do Inep, Luiz Claudio Costa, negou falta de transparência.

— Não é mistério. Mas o que o ministro fala sobre o banco é verdade: é o nosso cofre. Professores de 36 instituições federais estão trabalhando fortemente na produção de itens de qualidade com todo o critério. E essas questões serão utilizadas.

Em 2011, quando 14 questões do Enem vazaram para alunos do Colégio Christus, em Fortaleza, o BNI tinha cerca de 6 mil itens. À época, especialistas disseram que o mínimo ideal seria de 40 mil itens, o que reduziria a chance de vazamento. No início deste ano, o MEC convocou universidades para elaborar novas questões. A meta é chegar a 100 mil.

Em setembro, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) criou o portal gratuito Ensino Médio Digital, que disponibiliza um banco com 4,6 mil questões, que terá mais 1,4 mil itens até abril de 2013.

Para montar o banco de questões, disponível em www.ensinomediodigital.fgv.br, a fundação reuniu mais de cem professores de escolas públicas e privadas como Pedro II, Santo Inácio, Santo Agostinho e Andrews. Cerca de mil questões são relacionadas ao conteúdo do ensino médio e podem servir para avaliar alunos do 1º e do 2º ano. As demais seguem o formato do Enem.

A meta é que, em até cinco anos, o banco da FGV tenha 50 mil questões. O objetivo é contribuir para a mudança do modelo do Enem, tanto em termos do grau de segurança do exame quanto em sua capacidade de melhorar a qualidade do ensino médio. Carlos Ivan Simonsen, presidente da FGV, chegou a apresentar a proposta para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

— Ele gostou bastante da ideia — conta Simonsen.

As instituições federais seguem produzindo questões para o BNI do Inep. Um trabalho difícil, segundo o professor de uma universidade carioca, que pede para não ser identificado por ter assinado um termo de sigilo:

— Os professores estão amadurecendo e construindo a cultura das habilidades em lugar do conteúdo programático que sempre norteou os vestibulares. Muitos itens são negados e reenviados para correção. Num primeiro ano de convênio, as universidades estão abaixo da meta.

Fonte: Oglobo.com

Imagem: Oglobo.com