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MEC fecha 62 pós-graduações

16/09/2012

MEC fecha 62 pós-graduações

Especializações em todo o país foram encerradas por não atingir a nota mínima da avaliação da Capes. No DF, quatro cursos ficaram reprovados

É preciso manter um padrão mínimo para assegurar gradativamente a elevação da qualidade. Não adianta abrir um mestrado ou doutorado se não há condições de mantê-lo%u201D Célio Cunha, professor da Faculdade de Educação da UnB

O Ministério da Educação (MEC) descredenciou 62 cursos de pós-graduação que tiraram nota baixa no sistema de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Entre eles, estão especializações da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mais 125 foram fechados, mas a pedido das próprias instituições. Entre os solicitados, apenas um tinha índice abaixo do mínimo - entre 1 e 2. A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) de quinta-feira. Para especialistas, o resultado reflete a má gestão dos cursos.

Ex-consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Célio Cunha diz que o papel do MEC de fechar os cursos é essencial. "É preciso manter um padrão mínimo para assegurar gradativamente a elevação da qualidade. Não adianta abrir um mestrado ou doutorado se não há condições de mantê-lo", afirma. Segundo ele, esse processo deve ser permanente para acompanhar a evolução do país. "Com bons cursos, o Brasil melhora sua posição nos rankings mundiais e prepara cada vez mais profissionais de alto nível para os desafios do crescimento econômico."

O momento de ascensão mundial do Brasil, para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Rogério Almeida, é das razões para o corte do MEC. "Ao mesmo tempo que temos uma política forte para criação da pós-graduação, temos esse movimento de descredenciamento, que sinaliza a vontade da manutenção da qualidade de ensino para esses profissionais considerados de ponta", explica. Segundo Almeida, a procura está cada vez maior e, para atender a demanda, são criados muitos cursos e, em contrapartida, há queda na qualidade. "Esse processo está cada vez mais forte. O público está mais jovem. Hoje, os estudantes terminam a graduação e já engatam em uma pós."

A Capes esclarece que a avaliação foi realizada entre 2007 e 2009 e divulgada em 2010. Na época em que o resultado foi publicado, 75 unidades de ensino superior tiveram notas entre 1 e 2, em uma escala que vai de 1 a 7. Dessas, 14 reverteram a situação, mas oito mantiveram a nota 1 e as demais, 2. Segundo o órgão, logo em seguida, essas instituições receberam um documento com a recomendação para que o curso fosse fechado. As turmas em andamento, porém, permaneceram abertas para que os alunos finalizassem a pós-graduação.

Para Célio Cunha, o aluno que estava com a pós-graduação em andamento quando o resultado da avaliação saiu é quem ficou com o débito. "O prejuízo é grande. Como ficam os alunos que estão matriculados? É criado um problema que precisa ser equacionado", alerta. A próxima avaliação da Capes será divulgada no ano que vem. Na mesma edição do DOU, o MEC autorizou a abertura de outros 3.991 cursos de pós-graduação.]

Fonte: Correio Braziliense

Imagem: Avantis.edu.br