Marina e Beto Albuquerque lançam Programa de Governo da Coligação Unidos pelo Brasil
01/09/2014
Marina Silva, candidata à Presidência da República, Beto Albuquerque, candidato a vice, e representantes dos partidos da aliança anunciaram na sexta-feira (29) o Programa de Governo da Coligação Unidos pelo Brasil. Diante de um público de mais de 500 pessoas, os candidatos apresentaram em uma sala de eventos de São Paulo os principais pontos do documento, que reúne as proposições que Eduardo Campos (1965-2014) e Marina conceberam para atender às grandes demandas sociais e econômicas da sociedade brasileira.
O presidente do PSB, Roberto Amaral, abriu o evento, com um minuto de silêncio em memória de Eduardo Campos e outras seis pessoas da equipe de campanha, que faleceram em acidente aéreo em 13 de agosto. Em seguida, destacou que o Programa de Governo da coligação foi elaborado a partir de um processo colaborativo, que reforçou a “aliança programática”.
Aplaudida de pé pelo público, Marina Silva iniciou sua apresentação relembrando a parceria com Eduardo Campos, que culminou com o lançamento do Programa de Governo. “Esse é um polo estabilizador da aliança com Eduardo, a quem homenageamos aqui, em um programa que ele tanto se esmerou. Ele liderou o processo de forma incansável, e eu sempre ao seu lado”, disse.
O Programa de Governo da Coligação Unidos pelo Brasil foi construído a partir de um processo de colaboração contínua, iniciado em outubro de 2013, com a colaboração de especialistas, acadêmicos e consultores de diversos setores, durante seminários e plenárias por todo o Brasil, bem como contribuição de militantes, simpatizantes e lideranças dos partidos da coligação.
O programa sustenta-se em três princípios, que permeiam todo o documento: a manutenção das conquistas de governos anteriores, como a estabilidade econômica e a inclusão social, o aprofundamento da democracia e o desenvolvimento sustentável. “Nosso compromisso é que o Brasil possa ser um país socialmente justo, culturalmente diverso e politicamente democrático”, disse Marina.
A candidata também pontuou temas fundamentais para o desenvolvimento brasileiro e que, segundo ela, não vêm recebendo a atenção devida no atual governo, como a diversificação da matriz energética. “Precisamos ter visão estratégica para transformar as fontes de geração com biocombustíveis, como a energia eólica, solar e a biomassa, como fontes alternativas, eficientes e mais baratas”, comentou.
Marina também destacou a importância do agronegócio para o desenvolvimento do país. “A agricultura brasileira é ponto fundamental para a justiça social e a criação de emprego, para que possamos aumentar a produção, introduzindo novas tecnologias para o financiamento, e escoar a produção com mais eficiência”, completou. A nacionalização da segurança pública, a promoção de políticas públicas que gerem igualdade de oportunidades e o incentivo ao empreendedorismo e à diversidade também foram outros pontos destacados por Marina em seu discurso – temas que estão detalhados no Programa de Governo.
O candidato a vice pela coligação, Beto Albuquerque, reiterou a importância do Programa de Governo como um compromisso com o Brasil. “É nossa carta-compromisso com os brasileiros, onde estão os olhos, as mãos e o sentimento de Eduardo Campos. Somos e seremos a expressão da democracia”, disse. Roberto Freire, do PPS, falou em nome dos partidos da coligação e afirmou que as bases da aliança são “um programa democrático, que se sustenta pela governabilidade com decência e transparência”.
Seis eixos e uma revolução
Neca Setubal e Maurício Rands, coordenadores do Programa de Governo da coligação, apresentaram, os seis eixos temáticos que compõem o documento, distribuídos em 244 páginas: 1) Estado e democracia de alta intensidade; 2) Economia para o desenvolvimento sustentável; 3) Educação, cultura e ciência, tecnologia e inovação; 4) Políticas sociais, saúde e qualidade de vida; 5) Novo urbanismo, segurança pública e o Pacto pela Vida; e 6) Cidadania e identidades.
Transparência foi a palavra escolhida para traduzir o sentido maior dado ao primeiro entre os seis eixos em que foi dividido o Programa de Governo. A vontade de mudança, que vem sendo detectada nas pesquisas eleitorais, demonstra enorme insatisfação das pessoas com o atual estado das coisas no cenário político nacional. E, se há crise de representação, nada mais natural do que o desafio de buscar um novo modo de fazer política. O eixo batizado de “Estado e Democracia de Alta Intensidade” propõe não só uma pauta para se conduzir a política, mas também uma reforma na maneira de conduzir a administração pública.
Em cada eixo um tema ganha relevância, assim o de número dois abre a pauta para a economia e destaca a necessidade do desenvolvimento sustentável, apostando fortemente na capacidade do empreendedorismo criativo. No eixo que trata de educação, cultura, ciência e tecnologia, há grandes ambições como enfrentar com cara e coragem o analfabetismo, as desigualdades regionais e o atraso escolar. A educação em tempo integral e a valorização dos professores é questão de destaque.
O plano de governo foi desenhado a partir de muita colaboração externa para que pudesse aprofundar os canais de representação popular. “Queríamos um programa que espelhasse a sociedade brasileira”, ressaltou Neca Setúbal, uma das coordenadoras do programa. “Esse programa é um projeto de País escrito a milhares de mãos”, acrescentou Maurício Rands, outro dos coordenadores responsáveis pela elaboração do programa.
As políticas sociais, a saúde e a qualidade de vida estão abrigadas no eixo 4 e se comprometem com a busca de indicadores voltados para a melhoria dos serviços existentes. A vida urbana, que hoje no Brasil abriga 85% da população, ganhou o eixo 5, que inclui também propostas de combate à violência. Por fim, as questões da cidadania, onde a maior preocupação é com a redução da discriminação e o estímulo à tolerância com o diferente, é tratada no eixo 6.
No evento, também estavam presentes Walter Feldman (Rede Sustentabilidade) e Luiza Erundina (PSB), coordenadores da campanha, e líderes dos partidos da coligação – Roberto Freire (PPS), Roberto Siqueira (PSL), Miguel Manso (PPL), Laércio Benko (PHS) e Luiza Eluf (PRP).
Fonte: www.marinasilva.org.br