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Mais de 50 testes no mundo buscam vacina contra a dengue, diz Butantan

14/11/2012

Mais de 50 testes no mundo buscam vacina contra a dengue, diz Butantan

Diretor do Butantan diz que vacina da dengue pode ser testada este ano em SP (Foto: Luna D'Alama/G1)

Larvas do mosquito 'Aedes aegypti' são recolhidas em Ribeirão Preto, interior de SP (Foto: Reprodução EPTV)

Força tarefa de combate à dengue chega a Nova Serrana, em MG (Foto: Reprodução / TV Integração)

Estudos clínicos estão registrados no Instituto Nacional de Saúde dos EUA.

Butantan aguarda liberação da Anvisa para aplicar dose em 50 voluntários.

A vacina contra a dengue tem sido alvo de 51 testes clínicos registrados até este mês no site Clinicaltrials.gov, do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA, apontou na terça-feira (13) o diretor-médico de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, Alexander Precioso.

Segundo o especialista, que falou para profissionais da saúde na 2ª Conferência Internacional em Epidemiologia, realizada entre esta segunda (12) e quarta-feira (14) no Expo Center Norte, em São Paulo, todos esses estudos em fase inicial ou já mais avançada comprovam que a vacina contra a dengue é uma necessidade mundial, e não apenas do Brasil.

Os países que mais precisam hoje dessa dose são os menos desenvolvidos, como as Américas do Sul e Central, África e Ásia. O grande desafio é criar uma única vacina capaz de imunizar contra os quatro vírus que causam a doença e ter uma proteção longa, com maior intervalo de reforço, senão as pessoas vão se expor ainda mais, explicou Precioso.

Isso porque, passado o período de imunidade, se o paciente tiver contato com o mosquito Aedes aegypti contaminado, pode pegar um tipo mais severo de dengue. O problema acontece quando a vacina contém vírus atenuado como é o caso da que será testada pelo Butantan , o que faz com que o organismo crie anticorpos como se já tivesse pegado a doença. Aí, uma reinfecção pode ser mais grave e ter várias complicações.

Precisamos levar em conta também que a vacina não é a solução definitiva para esse problema, é apenas mais um instrumento de combate, destacou Precioso.

Dengue no mundo e pelo Brasil

Três bilhões de pessoas vivem em áreas com risco de dengue em todo o mundo, e por ano são estimados 100 milhões de casos e 25 mil mortes em cem países endêmicos, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) citadas pelo infectologista Benedito Fonseca, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, que falou no congresso na capital paulista.

O mais importante é lidar com os casos suspeitos como se fossem mesmo dengue e começar a administrar líquidos para o paciente o mais rápido possível, disse.

No Brasil, entre os anos de 2000 e 2012, o Ministério da Saúde registrou quase 6 milhões de casos prováveis de dengue, quase 630 mil internações por esse motivo no SUS, quase 70 mil casos com complicações, 22 mil casos de dengue hemorrágica o tipo mais grave e quase 3 mil mortes.

Só este ano, até o fim de outubro, o país tinha mais de 560 mil casos prováveis de dengue, dos quais 3.800 eram graves 48% se concentravam nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Goiás. Em relação às mortes, foram 247 confirmadas e 172 ainda sob investigação. A taxa de letalidade da doença no Brasil está em 6,3% dos casos, e os sorotipos que mais circulam atualmente são o 1 e o 4, este considerado até agora o menos grave.

O mais importante é lidar com os casos suspeitos como se fossem mesmo dengue e começar a administrar líquidos para o paciente o mais rápido possível" Benedito Fonseca, infectologista da USP em Ribeirão Preto

De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do ministério, Giovanini Coelho, tem havido uma interiorização da doença no país e uma diminuição da faixa etária mais atingida, que antes era predominantemente de adultos jovens (com cerca de 30 anos), mas desde 2008 tem aumentado a incidência entre adolescentes e crianças.

Coelho destacou três grandes períodos de crescimento da circulação da dengue no Brasil: em 2002, no RJ, em PE e na BA; em 2008, com transmissão principalmente entre crianças no RJ; e em 2010, com um maior contágio de idosos em MG, SP e GO.

Com o aumento das temperaturas e das chuvas no verão, o risco de dengue cresce, justamente em uma época complicada para o país, de festas de fim de ano e, depois, de carnaval. Por essa razão, a notificação acaba diminuindo daí a importância de informações complementares, como as enviadas pelo Twitter, para ajudar na vigilância, destacou o coordenador.

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Fonte: Cofen.empauta.com

Imagem: Cofen.empauta.com