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Mais 3 cidades decretam calamidade na saúde
03/01/2013
Mais 3 cidades decretam calamidade na saúde
NOVO MANDATO
Medida será tomada por Nilópolis, Caxias e em Petrópolis, onde o principal hospital está com estoque de remédios pela metade
Um dia depois do prefeito de Nova Iguaçu ter decidido decretar estado de calamidade pública na saúde do município, ontem foi a vez do prefeito de Nilópolis, Alessandra Calazans, e do prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, anunciarem a mesma medida. A crise na saúde não se limita à Baixada Fluminense. Na Região Serrana, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bom- tempo disse que até amanhã também decretará estado de calamidade pública no município.
Bom tempo tomou a decisão após uma vistoria no Hospital Alcides Carneiro, um dos mais importantes do município. Segundo a equipe do governo, na unidade, o estoque de medicamentos está reduzido à metade, dez leitos da UTI Adulto estão fechados e quatro das setes salas de cirúrgia também estão inoperantes. O setor de emergência está também paralisado.
Uma equipe da Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis foi convocada para um mutirão de limpeza no hospital. A situação do sistema de saúde em Petrópolis piora ainda mais com o fim do Hospital Casa da Providência, que fechou as portas ontem. A instituição, uma unidade filantrópica, fazia cerca de seis mil atendimentos por mês e possuía 26 leitos de maternidade, que agora vão ser transferidos para o Alcides Carneiro. A direção da instituição vinha se desentendendo com a Secretaria de Saúde por causa do repasse de verbas.
EM CAXIAS, CONTAS NÃO FECHAM
Em Duque de Caxias, são as contas do IGEPP (Instituto de Gestão em Políticas Públicas - empresa privada que administra o Hospital Moacyr do Carmo) que não fecham. Em novembro, o número de médicos contratados pela administradora caiu de 289 para 28. E o de técnicos e auxiliares de enfermagem de 573 para 138.
- O que eu acho estranho é que o valor cobrado para pagar os funcionários caiu apenas de RS 6,209 milhões para R$ 4,311 milhões. Como é que você corta 90% dos médicos e só caem 30% dos gastos? - indagou o prefeito Alexandre Cardoso.
Enquanto faltam médicos em Caxias, sobra lixo hospitalar. Quem passa pelos corredores do hospital sente o odor do material usado em cirurgias e dos curativos, que estão misturados aos detritos comuns. Tudo porque coleta regular de lixo não é realizada desde junho.
- Ordenei a contratação imediata, em caráter emergencial, de uma empresa para recolher o lixo hospitalar - disse o novo prefeito.
Em Nova Iguaçu, uma equipe do prefeito Nelson Bornier faz desde ontem uma inspeção no Hospital da Posse, o maior da região. Os interventores encontraram banheiros imundos, quartos com grandes infiltrações no teto, pacientes acumulados nos corredores e falta de remédios na farmácia da unidade, que não conta com um sistema de refrigeração para os medicamentos.
Pacientes reclamaram no "RJ-TV" da TV Globo, que o hospital não tem refrigeração. Também estariam faltando diversos medicamentos. Vivivane Dione- lo, que acompanhava a mãe, internada na Posse, disse que não há alimentação suficiente e que os médicos não apareceram durante as festas de fim de ano. Lino Sieiro Neto, novo diretor da unidade, confirmou o déficit de medicamentos. Segundo ele, faltam antibióticos, entre outros remédios.
POSSE PRECISA DE MAIS VERBA
José Gonçalves, uni dos interventores, disse ao site G1 que o Ministério da Saúde só repassa ao Hospital da Posse R$ 5 milhões mensais. Seriam necessários R$ 15 milhões para manter o hospital, segundo ele. Bornier já prometeu contratar novos
médicos e investir nas unidades de atenção básica do município. Ontem, o prefeito instaurou uma comissão de sindicância para apurar a incineração de medicamentos do Almoxarifado Central da Secretaria de Saúde. No último dia útil do governo Sheila Gama, remédios foram levados do depósito para incineração.
REMÉDIOS NA VALIDADE INCINERADOS
Os medicamentos, de acordo com a secretaria de Saúde de Nova Iguaçu da gestão Sheila, já estavam fora do prazo de validade. O jornal "Extra" porém, teve acesso a fotos dos medicamentos, que mostram uma caixa de remédios com validade até 2015.
Nas fotos feitas quando as dezenas de caixas de medicamentos eram retiradas é possível identificar os nomes de dois remédios: Aeromed Xarope, usado para asma e bronquite, e um laxante
Fonte: Cofen.com
Imagem: Cofen.com