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Laboratórios sofrem efeitos da greve da Anvisa
28/08/2012
Laboratórios sofrem efeitos da greve da Anvisa
28/08/2012 - Brasil Econômico
Jornalista: Gabriel Ferreira
Cerca de 90% dos insumos para a fabricação de medicamentos no Brasil é importada, segundo dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Em muitos casos, como o das drogas usadas no combate ao câncer, por exemplo, amaior parte dos remédios vendidos no país é totalmente produzida no exterior. A dependência das importações tem se revelado, nos últimos meses,umgrande problema para a indústria farmacêutica nacional. Isso porque, desde o meio de julho, a greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem dificultado a entrada dessas matérias primas e medicamentos no país. Como resultado desse quadro, a indústria farmacêutica nacional vive ummomento delicado, que pode ter fortes efeitos em seus resultados financeiros. O mercado brasileiro de medicamentos está bastante aquecido. Com mais necessidade de remédios e maior dificuldade de reposição, a situação da indústria é bastante delicada, afirma Alessandro Montorso, diretor de Negócios Estratégicos da Oncoprod, maior distribuidora de medicamentos oncológicos do país.No caso das distribuidoras o impacto tende a ser menor, já que muitos dos produtos que faltam têm substitutos. Para os grandes laboratórios, ainda é difícil medir o tamanho do prejuízo decorrente das mercadorias paradas na alfândega. Nem devemos tentar medir esse impacto em reais, mas no tamanho do efeito que isso tem nas questões de saúde do país, afirma Antonio Britto, presidente da Interfarma. Estima-se que 75% dos hospitais particulares do Brasil sofram as consequências da paralisação. No caso dos medicamentos mais complexos, o estoque médio é de 45 dias. Como a greve já dura mais de 40,mesmo quem estava com estoque alto já começa a sentir os efeitos, diz Britto. Segundo ele,mesmoque a greve seja concluída embreve, a distribuição de medicamentos ainda será afetada por algumas semanas. Para contornar os problemas, os laboratórios têm buscado encontrar uma solução em conjunto com o governo, para agilizar na liberação dos itens mais importantes. Estamos empreendendo todos os esforços junto às autoridades regulatórias para minimizar o impacto no abastecimento dos medicamentos, afirmou, em nota, o laboratório Sanofi. De maneira geral, o mercado apresenta maior preocupação com os medicamentos de uso hospitalar por conta de sua importâncias nos tratamentos, dos valores envolvidos e da falta de versões similares ou genéricas no mercado. A possível falta de remédios básicos, vendidos normalmente em farmácias, porém, deve traze grande impacto na imagem dos laboratórios. Tanto que, apesar do desabastecimento dos hospitais, um dos casos mais comentados é o do antigripal Naldecon. Fabricado pelo laboratório Bristol Meyer-Squibb, o medicamento está ausente das prateleiras desde o início do ano, resultado da transferência de toda a produção para o México. A princípio, a empresa esperava normalizar a distribuição no Brasil neste mês, mas a greve da Anvisa atrapalhou os planos.
Fonte: Abradilan.com
Imagem: Fopspr.wordpress.com