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Investimento em pesquisa e inovação caiu 34% em 3 anos

20/01/2013

Investimento em pesquisa e inovação caiu 34% em 3 anos

Para diretor da Fiesp, boa parte da queda pode ser explicada pelos efeitos da crise mundial, mas afeta competitividade do País

20 de janeiro de 2013 | 2h 07

O Estado de S.Paulo

A BioNovis está na contramão do resto da indústria brasileira. Em três anos, os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação do setor encolheram 34%, de R$ 10,4 bilhões para R$ 6,8 bilhões Entre 2010 e 2011, a queda foi de cerca de 26%, já descontada a inflação do período.

A informação é de um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com base no relatório mais recente do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre os resultados dos incentivos fiscais à inovação, referentes ao ano-base 2011.

"É muito difícil elevar o investimento em desenvolvimento e inovação de produtos num país em que a indústria vem perdendo espaço no PIB (Produto Interno Bruto) todos os anos", diz José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, responsável pelo trabalho.

Ele argumenta que esse tipo de investimento está ocorrendo hoje nos países que são mais competitivos, como México, Coreia e China. E a conta dessa falta de investimento aparece nas transações comerciais do País. "A cada dia a gente vende mais produtos de baixo valor agregado e compra mais produtos de maior valor agregado", afirma o executivo.

O diretor da Fiesp observa que os efeitos da crise econômica mundial no Brasil explicam boa parte da queda nos investimentos. Mas frisa que as condições para investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação são bem melhores hoje do que eram há uma década. As empresas beneficiadas por incentivos fiscais representam 15% do total das empresas que realizam atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica no País.

O problema, segundo a Fiesp, é que a chamada Lei do Bem restringe o alcance dos incentivos fiscais a empresas que fazem a declaração de Imposto de Renda pelo lucro real. Só 7% do universo das empresas brasileiras adotam esse procedimento.

"A questão é que, se a empresa der lucro, ela paga menos imposto, enquanto o governo não precisa desembolsar nenhum centavo de incentivo fiscal", explica Roriz Coelho.

Nesse cenário, a participação dos incentivos fiscais à inovação representa um porcentual pouco significativo, oscilando entre 0,03% a 0,15% da carga tributária. Além disso, de um total de 1.475 empresas que participaram da Lei do Bem desde a sua criação, em 2005, somente 46 marcaram presença em todos os anos, o que representa só 3% do total. / M.R.

Fonte: Estadao.com

Imagem: Infinityfoods.com