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Inaugurada Ala Pietro Albuquerque, maior unidade de transplante de medula no Centro-Oeste

24/06/2014

Atender a demanda de pacientes com indicação para o transplante de medula óssea (TMO) no Centro-Oeste. Com esse intuito, o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) inaugurou, nesta quarta-feira (18), a ala Pietro Albuquerque.

O nome foi escolhido em homenagem ao filho do líder socialista na Câmara, Beto Albuquerque (RS), que faleceu em fevereiro de 2009, vítima de leucemia mieloide aguda, após 13 meses de luta contra a doença. Além dos familiares de Pietro, também participaram do evento o ministro da Saúde, Arthur Chioro; o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o secretário de Saúde, Elias Miziara. A unidade, que será referência no TMO, conta com 27 leitos de internação, 14 leitos de hospital-dia - serviço de internação parcial, consultório, coleta de células-tronco e sala de apoio aos acompanhantes, o que possibilita atendimento privativo, seguro e especialmente destinado ao tratamento desses pacientes.

Para Albuquerque, a inauguração da ala é uma ótima notícia para as pessoas que necessitam desse tipo de tratamento. "Esses 27 leitos são uma luz gigantesca que se abre para quem precisa. O transplante de medula funciona, salva vidas e é isso que precisamos entender", disse. Com o início das atividades no novo espaço, a previsão é que o Instituto passe a realizar o transplante halogênico, procedimento que consiste na retirada de material de outras pessoas para ser implantada no paciente. Anteriormente, o hospital só fazia o transplante autólogo, quando as células transplantadas são da própria pessoa. Segundo o ministro, o DF passará a ser a primeira unidade da Federação, na região Centro-Oeste, com capacidade para realizar os dois tipos de transfusão. "Estamos falando de uma ampliação de estrutura que, com segurança e progressivamente, vai dar conta dos desafios de tratar das enfermidades que requerem esse grau de intervenção", explicou.

A nova estrutura pretende atender o máximo de pacientes com indicação para o procedimento que já tem o seu doador identificado e aguardam apenas um leito para realizá-lo. A ampliação diminuirá a fila de espera no DF e outras regiões, assim o ICDF espera realizar até o fim do ano 45 procedimentos na nova unidade. De acordo com a mãe de Pietro, Débora Gelatti, é muito importante ter um centro como esse para atender aos pacientes, principalmente quando já se tem doador identificado. "Isso vai possibilitar que outras pessoas, não só do Distrito Federal, como de todo Brasil venham fazer transplante. Isso possibilita muito", explicou ao esclarecer que também precisou sair de Porto Alegre e ir a São Paulo para que seu filho pudesse fazer o tratamento, no entanto, não encontrou vaga no hospital. O socialista também comemorou a inauguração da unidade, o que, para ele, vai evitar que muitas outras pessoas passem pelo mesmo sofrimento que passou. "Então ao invés de acharmos culpados, reclamarmos da vida, o importante é comemorarmos os avanços que estão acontecendo", destacou.

Doações
O líder socialista é autor da Lei n° 11.930, a Lei Pietro, que estabeleceu a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, realizada anualmente entre os dias 14 e 21 de dezembro. Nesse período, diversas atividades são realizadas no País com o objetivo de incentivar o cadastro da população no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Atualmente, o Brasil possui o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, pouco mais de dois milhões de doadores cadastrados, e mesmo com esse volume, ainda é um desafio à doação, pois existem poucos doadores compatíveis. Poucos hospitais no Brasil têm licença para o transplante entre pessoas de mesmo parentesco, devido às complexidades envolvidas no processo.

Transplante
A medula óssea é o local onde se produz o sangue. É no interior dos ossos que se encontram as células mãe do sangue, ou seja, as células que darão origem aos glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. As células que dão origem ao sangue são chamadas de células progenitoras ou células tronco hematopoéticas. O TMO é diferente da maioria dos transplantes. É uma terapia celular em que as células são levadas do doador ao receptor. Neste procedimento, o paciente recebe a medula por meio de transfusão, as células do sangue são colhidas do doador, colocada em uma bolsa de sangue e transfundido para outro paciente. As células da transfusão circulam pelo sangue e se instalam no interior dos ossos, na medula óssea do paciente. Depois de um período variável de tempo ocorre a "pega" da medula, quando as células do doador começam a se multiplicar e produzem as células e enviado ao sangue os glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas normalmente. Esse procedimento é indicado principalmente em doenças de medula óssea e certos tipos de câncer hematológicos. O tratamento tem o objetivo de substituir a medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea de um doador sadio, com o objetivo de regenerar a medula do paciente.

Fonte: Moreno Nobre, com informações da ASCOM ICDF
Foto: Chico Ferreira