Imposto sobre sal é usado para melhorar saúde da população
26/04/2013
"Imposto sobre sal é usado para melhorar saúde da população
Budapeste, Hungria. A Hungria estabeleceu, recentemente, um imposto sobre os alimentos que contêm muito sal. A iniciativa tem o objetivo de diminuir o consumo desse tipo de produto.
Apesar de polêmica, a medida já mostrou resultados "positivos". Gizella Beres Devenyi, que trabalha no caixa de uma delicatessen em um bairro de classe média da capital húngara, afirma que é fácil ver o novo imposto sobre o sal em funcionamento. "Você vê as crianças entrarem aqui depois da escola, pegarem os sacos de batatas chips, e, quando lhes digo o preço, elas colocam o saquinho de volta na prateleira. Nós estamos vendendo cerca de 10% a menos de certas marcas", relata.
Enquanto o prefeito de Nova York, Michael R. Bloomberg, aumentou os impostos sobre o cigarro e tentou banir os refrigerantes de 900 ml da maior cidade dos Estados Unidos, a Europa foi além e se tornou uma espécie de laboratório de variedades de estratégias de taxas sobre a comida, com vários países distribuindo impostos sobre itens como refrigerantes, queijos gordos e chips salgados.
França, Finlândia, Dinamarca, Reino Unido, Irlanda e Romênia já instituíram impostos sobre alimentos ou estão em discussão sobre o assunto, com o objetivo manifesto de promover uma dieta mais saudável. Mas, talvez, nenhum país esteja tentando com mais afinco que a Hungria, que, nos últimos 18 meses, já impôs taxas sobre sal, açúcar e ingredientes dos energéticos, na esperança de aumentar a receita e forçar quem está consumindo alimentos não saudáveis a pagar um pouco mais para o sistema de saúde subfinanciado do país.
Obesidade. Visitando os corredores dos supermercados de Budapeste, é fácil ver por quê. Há alguns vegetais. Mas eles são ultrapassados em números por pães doces, linguiças gordurosas e grossas fatias de toucinho, consumidas no café da manhã. Quase dois terços dos húngaros estão acima do peso ou obesos, e o país tem o mais alto consumo de sal per capita da União Europeia.
Como resultado, a Hungria tem uma das expectativas de vida ao nascimento mais baixas de União
Europeia: em 2011, era de 71,2 anos para homens e 78,7 para mulheres. Em 2009 - estatística mais recente disponível para os 27 países do bloco -, a média entre os países era de 76,6 anos para os homens e 82,6 para as mulheres. "Nós temos uma crise de saúde pública. Estamos liderando os rankings de muitos tipos de doenças. Aqueles que seguem um determinado estilo de vida devem pagar por ele de uma certa forma", declara o ministro da saúde, Miklos Szocska, explicando a lógica por trás dos novos impostos.
Muitos especialistas em nutrição afirmam que a taxação é uma ferramenta poderosa, que tem sido eficiente em campanhas para reduzir o consumo de tabaco e álcool. "O que você vê é uma busca pelo melhor mix de ações para alterar comportamentos", analisa o gerente de nutrição, atividade física e obesidade do Escritório da Organização Mundial de Saúde para a Europa, João Breda.
Porém, os críticos ressaltam que os interesses nos impostos sobre os alimentos coincidem com épocas economicamente difíceis na Europa. Alguns defendem que os impostos são tanto sobre aumentar a receita de maneira politicamente aceitável como são sobre a promoção de hábitos saudáveis. E eles se preocupam que os impostos, na verdade, atinjam mais os pobres."
Fonte: Cofen.com
Imagem: Fortenanoticia.com