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Hospital indiano bate recorde em cirurgias cardíacas

03/06/2013

"Hospital indiano bate recorde em cirurgias cardíacas

Nova Déli- Com 30 operações cardíacas por dia, o Hospital Narayana Hrudayalaya de Bangalore é o centro médico que mais realiza operações cardíacas no mundo, com uma mistura de estratégias da empresa Wal-Mart com o espírito da madre Teresa de Calcutá.

O hospital, fundado em 2001 pelo médico Devi Shetty, conseguiu reduzir os custos pela metade em relação a outros centros particulares indianos e se nos Estados Unidos uma operação de coração aberto pode custar US$ 50 mil, nesta unidade do sul da Índia a média gira em torno de US$ 2.500.


"Nossos custos são baixos graças à economia de escala. Quanto mais operações realizamos, mais barato fica", explicou à Agência Efe Shetty, de 60 anos e formado no Reino Unido.

O grupo médico, que hoje tem seis mil camas em 14 hospitais na Índia, utiliza estratégias próprias de empresas como o Wal-Mart, como compras de material por atacado, que baixam os preços.

Além disso, as salas de cirurgia operam 12 horas por dia, seis dias por semana, maximizando sua rentabilidade.

"Diferentemente do modelo ocidental, melhoramos a eficiência fazendo com que nossos cirurgiões realizassem mais operações. O maior número de operações por médico melhora os resultados porque assim eles ganham mais experiência e isso baixa os custos", disse o médico.

"O objetivo é oferecer atendimentos médicos pelo preço mais baixo possível ao maior número de pessoas possível", ressaltou o homem que foi o cirurgião da madre Teresa de Calcutá.

Um certo espírito da "samaritana" impregna este projeto que, embora busque e tenha lucros, oferece serviços de saúde aos mais pobres, com 60% de seus pacientes se beneficiando de alguma ajuda governamental ou de ONGs.

O próprio Narayana Hrudayalaya financia cem operações por mês para pessoas sem recursos, por caridade. Além disso, conta com um plano de saúde que dá cobertura a 3 milhões de agricultores do estado de Karnataka, cuja capital é Bangalore, que pagam US$ 0,22 por mês.

Isso, porque o segundo país mais povoado do mundo, com 1,2 bilhão de pessoas, "sofre do coração". Os indianos têm três vezes mais complicações cardíacas que a média mundial por causa de sua genética, além de uma dieta rica em gorduras e óleo.

"Aqui precisamos de 2,5 milhões de operações cardíacas por ano e não são feitas nem 100 mil", afirmou Shetty.

A saúde pública da terceira maior economia da Ásia deixa muito a desejar: o Estado só fornece 16% da despesa em saúde e gasta 4,1% do PIB no setor.

O Hospital Narayana nasceu em 2001 e hoje se tornou a "cidade da saúde", um megacomplexo com três mil camas, entre elas mil para pacientes cardíacos e 1.400 para doentes com câncer, onde são realizadas, além disso, 500 cirurgias de catarata por dia.

De lá, opera uma das maiores redes de telemedicina cardíaca do mundo, com conexões com cem hospitais em todo o país que trataram, na última década, 53 mil pacientes.

A iniciativa se expandiu para a África com o lançamento, há dois anos, de uma rede de medicina à distância que oferece atendimento de saúde em 55 cidades africanas.

E a ambição do médico não tem limites: ele planeja contar com 30 mil camas na Índia nos próximos cinco anos e reduzir o custo de uma operação cardíaca para US$ 800.

O salto para o exterior já está sendo preparado nas Ilhas Cayman, a uma hora de avião de Miami e onde está sendo construído um hospital que se prevê que comece a funcionar em abril do ano que vem, pensado para atrair pacientes americanos.

"Achamos que a Índia se tornará o primeiro país do mundo a desligar o atendimento de saúde da (ideia de) riqueza", disse Shetty.

"A Índia provará ao mundo que a riqueza de uma nação não tem nada a ver com a qualidade da saúde que seus cidadãos têm", afirmou o cirurgião."

Fonte e Imagem: Info.abril.com