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Hospital afasta servidores da UTI

23/02/2013

"Hospital afasta servidores da UTI

Antônio More/Agência Gazeta do Povo

Hospital Evangélico: todas as pessoas que trabalharam com Virgínia na UTI serão ouvidas pelos investigadores

Para cumprir exigência das investigações, unidade de saúde reposiciona 47 funcionários que atuaram com a médica acusada de matar pacientes. Segundo delegado, ela não agiu sozinha

GRASIELLE CASTRO

O Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, segundo maior da cidade, reposicionou ontem 47 funcionários da unidade de terapia intensiva (UTI). Na última terça-feira, a chefe do departamento, Virgínia Helena Soares de Souza, foi presa acusada de causar a morte de pacientes do setor. Segundo a unidade de saúde, a realocação dos servidores atende a uma exigência da Secretaria Municipal de Saúde para facilitar o trabalho das sindicâncias de apuração das denúncias. Ao todo, 13 médicos e 34 pessoas da equipe de enfermagem foram transferidos para outros setores. A Polícia Civil investiga a participação de funcionários nos casos e, até a noite de ontem, 60 pessoas já haviam prestado depoimento. O delegado-geral, Marcos Vinícius Michelotto, acredita que, se comprovada a ação da médica, ela não seria isolada. Para ele, esse tipo de ato demanda conivência.

Na tarde de ontem, o advogado de Virgínia, Elias Assad, parentes e amigos deram uma entrevista coletiva para defender a atuação da profissional. Eles negam as acusações. Em nota, Virgínia argumenta que a polícia colocou em dúvida, sem provas válidas, os procedimentos e critérios científicos da terapia intensiva, atestados de óbitos e laudos do Instituto Médico Legal (IML). O texto frisa que não está provada "sequer a existência do fato, quanto mais a materialidade de qualquer crime". A médica trabalhou no Hospital Evangélico por mais de 20 anos, e, há sete, chefiava a UTI. Para ela, a partir de agora o "livre exercício da medicina está em risco no Brasil". O manifesto público da acusada termina com a citação de Galileu Galilei: "A verdade é filha do tempo, e não da autoridade..."

Entre as denúncias, o testemunho de uma enfermeira que trabalhou na unidade detalhou que, em 2009, uma senhora de 83 anos morreu após receber uma medicação, indicada por Virgínia. A médica teria conversado com um enfermeiro e, cinco minutos depois, o homem, com uma seringa, teria pedido a ela para fazer a medicação. Ela diz que se negou, porque não sabia o que era e não estava na hora de a paciente receber qualquer remédio. Então, o enfermeiro fez o procedimento e, logo em seguida, a idosa morreu. A testemunha, que preferiu não se identificar, disse ter pedido demissão após quatro meses de trabalho, pois não suportava o tratamento oferecido aos pacientes.

Na quarta-feira, uma ex-paciente também contou que foi salva da ação da médica por um bilhete que conseguiu escrever à filha sobre a suposta ação da médica. Ela teria ouvido uma conversa sobre o desligamento de aparelhos e relatado no papel: "Preciso sair daqui, pois tentaram me matar". Todas as pessoas que trabalharam no setor no período em que ela foi chefe serão ouvidas pela Polícia Civil. O relatório de uma sindicância interna deverá ser entregue em 30 dias ao Conselho Regional de Medicina. Também foi instaurada uma sindicância da Secretaria Municipal de Saúde com o apoio de um auditor do Ministério da Saúde para apurar o caso."

Fonte: Cofen.com

Imagem: Cofen.com