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Hospitais cancelam cirurgias em Cuiabá por falta de enfermeiros

10/07/2013

"08/07/2013 19h08 - Atualizado em 08/07/2013 19h14

"Hospitais cancelam cirurgias em Cuiabá por falta de enfermeiros

Sindessmat afirma que baixo número de profissionais atuando gera caos.
Problemas em hospitais foram registrados na polícia durante fim de semana.

O Sindicato das Empresas e Estabelecimentos de Saúde (Sindessmat) informou nesta segunda-feira (8) que cirurgias foram canceladas em Cuiabá por causa do baixo número de profissionais de enfermagem. Em entrevista coletiva, o presidente do sindicato José Ricardo de Mello afirmou que a situação pode se agravar caso o número mínimo de enfermeiros e técnicos trabalhando durante a greve - iniciada no dia 1° - seja mantido em apenas 50% nas UTIs e 30% nos demais setores dos hospitais particulares da capital. Para o presidente, estes percentuais estariam gerando caos nas unidades de saúde.

Segundo o presidente, para se adequar a esse número as instituições já consideram diminuir o atendimento no pronto socorro, transferir pacientes para a rede pública e recusar novas internações. Tudo isso para dar prioridade aos setores de urgência e emergência.

“Os hospitais trabalham de portas abertas. Se a unidade está com 30% do atendimento, não há possibilidade de receber mais pacientes. Por isso digo que é um caos”, analisou. Para ele, o ideal para o período de negociações seria de 70% do efetivo nas UTIs e 50% nos demais setores hospitalares.

'Caos'
Mello informou que no último fim de semana os hospitais particulares da capital e de Rondonópolis (a 218 Km de Cuiabá, onde a greve também está sendo realizada) tiveram dificuldades em atender a demanda de pacientes e três unidades registraram boletins de ocorrência (BO) pois o percentual mínimo de profissionais em serviço não estaria sendo cumprido.

Em um dos boletins, a reclamação reporta necessidade de mais profissionais para atender a demanda. Outro relatou que em um dos plantões durante o fim de semana nenhum técnico de enfermagem compareceu ao trabalho no pronto atendimento de um dos hospitais de Cuiabá. O sindicato vai repassar um relatório ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) sobre os acontecimentos do fim de semana e os BOs.

Ao G1, o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen) informou que a denúncia do Sindessmat não tem procedência. Segundo o presidente Dejamir Soares, o quadro de trabalhadores que atuam no fim de semana sempre é reduzido em relação aos dias úteis. Ele declarou ainda que o próprio Sinpen vem fiscalizando o cumprimento do percentual mínimo em todos os hospitais e que o sindicato também já registrou pelo menos cinco BOs contra os hospitais.

As queixas seriam sobre ameaças e o não cumprimento do percentual mínimo. “O Sindessmat já sabia que o número de cirurgias e atendimentos seria consequência da greve, mas até agora não se mostrou disposto a negociar e a nos oferecer uma proposta decente”, criticou.

Questão de estratégia
Os profissionais da enfermagem estão em greve desde o dia 1° em protesto por reajuste salarial de enfermeiros e técnicos. Desde o início da greve, trabalhadores e o sindicato patronal têm negociado a pauta de reivindicações; reuniões foram marcadas para tratar do assunto, mas representantes do Sindessmat não compareceram à audiência marcada na sede do TRT em Cuiabá na última sexta-feira (5). Na ocasião, a Justiça reduziu o percentual obrigatório de enfermeiros atendendo nas unidades de saúde durante a greve.

Quanto ao não comparecimento do Sindessmat na audiência com o TRT, o presidente da entidade declarou que a atitude foi tomada por uma questão estratégica. Segundo ele, o sindicato compareceu ao TRT antes da reunião e protocolou sua proposta de aumento salarial em 7%, mas preferiu não participar da reunião com o Sinpen devido ao que chamou de “animosidade” - a qual teria acontecido na reunião de quarta-feira (5), quando os grevistas teriam emitido gritos e vaias durante as negociações.

Até agora a proposta de aumento foi em 7% não pode ser maior, defendeu Mello, porque isso faria os hospitais "fecharem as portas". Além disso, o oferecido é compatível com o aumento em todo o país, mencionou. Ele ainda afirmou que os 21% pedidos pelos enfermeiros é um valor acima do piso nacional; quanto aos técnicos, nos últimos cinco anos houve um reajuste para os profissionais na ordem de 60,64%, informou, enquanto a inflação acumulada no mesmo período foi de 28,22%."

Fonte: G1 MT

Imagem: Folhas de Campo Maior