Guerra contra o mosquito
28/04/2013
"Guerra contra o mosquito
Zuleika de Souza/CB/D.A Press
Valéria Sokal toma todas as medidas preventivas para proteger seus cães: coleiras repelentes, controle ambiental e vacinas
Eutanásia ou tratamento para cães com leishmaniose? A polêmica é antiga e não há sinais de consenso. Apostar na prevenção e no controle do vetor é o caminho mais seguro
Dados epidemiológicos do Ministério da Saúde apontam um padrão sazonal da leishmaniose. Logo após o período de chuvas, há um aumento da incidência da doença, pois os mosquitos vetores encontram condições ideais para se reproduzir em ambientes úmidos. O surgimento de novos casos costuma reacender a polêmica sobre a eutanásia canina e suscitar o debate sobre as alternativas de tratamento.
Enquanto o Ministério da Saúde indica a eutanásia para cães infectados, parte dos médicos veterinários e ONGs que atuam em defesa de animais acreditam que o melhor caminho é o tratamento. O médico veterinário infectologista Paulo Tabanez ressalta, inclusive, que o Brasil é um dos únicos países no qual a eutanásia ainda é vista como alternativa para o controle da doença, e afirma que muitos cães são sacrificados em nome de um controle que não existe .
Tirando o foco do embate, há um ponto em comum valorizado por todas as partes e que pode até mesmo evitar casos mais sérios e polêmicos: a prevenção. Para tratar a questão de forma adequada, é preciso primeiro ressaltar que o problema não começa nos cães, como muitos acreditam, e sim no inseto flebótomo, chamado popularmente de mosquito-palha.
Apesar disso, os cães são geralmente responsabilizados pela propagação da doença. Tabanez acredita que as políticas públicas e campanhas deveriam ser voltadas para o controle da proliferação do mosquito-palha, até porque, pessoas que têm os cães sacrificados, em pouco tempo, adquirem novos filhotes, que podem acabar sendo infectados se não houver uma erradicação do mosquito na área.
Outra forma de prevenção é a vacina. Tabanez explica que há duas vacinas eficientes disponíveis no Brasil, a leishmune, no mercado desde 2003, e a leishtec, desde 2008. Paulo orienta os donos de cachorros a realizarem os exames. No entanto, alerta que os exames disponíveis na rede pública podem dar resultados de falsos positivos ou falsos negativos. Existem testes mais específicos na rede privada. Feito o diagnóstico, os cães infectados podem ser submetidos à eutanásia ou ao tratamento, de acordo com a vontade do dono. Caso estejam livres da doença, Tabanez recomenda a vacinação.
Valéria Sokal, bancária aposentada e voluntária na ONG ProAnima, tem 44 cães e, após orientação de veterinários em 2006, adotou a vacina como forma de prevenção. Além de medidas como o manejo ambiental e o uso da coleira repelente por todos os seus cães, Valéria resolveu proteger sua propriedade com plantas como a citronela, conhecida por repelir mosquitos. A aposentada vê na prevenção uma forma de proteger sua família e seus animais. Eles convivem conosco dentro de casa e precisam ser protegidos.
A veterinária do Centro de Controle de Zoonoses de Brasília Maria Isabel Rao Bofill explica que a vacina é uma das medidas para proteção individual, mas que não tem eficiência de 100% e não é paga pelo governo. Quando surgiu no Brasil, não era indicada, pois o Ministério da Saúde acreditava que poderia mascarar informações nas áreas de risco. Hoje, o governo não distribui a vacina, alegando que não existem estudos científicos que comprovem sua eficácia. O uso, no entanto, não é contraindicado pelos veterinários. É mais uma arma para defender o seu cão , afirma Maria Isabel.
No primeiro ano, a vacina deve ser ministrada em três doses, e depois deve haver um reforço anual. A imunização não é barata. Cada dose custa cerca de R$ 150.
Medidas de prevenção l Não deixar frutas caídas no chão (o mosquito prolifera em áreas úmidas e no acúmulo de matéria orgânica) l Evitar o acúmulo de folhas l Manter a grama sempre bem aparada l Evitar o uso de esterco animal (este pode estar contaminado) l Usar fertilizantes ensacados hermeticamente com mais de 30 dias l Evitar passeios com o cão em períodos de atividade do mosquito (períodos com menor incidência de luz e ausência de ventos) l Usar coleiras repelentes nos cães l Equipar canis e ambientes nos quais o cão vive com telas de proteção l Vacinar os cães saudáveis A incidência 2012
Exames realizados: 5.714
Resultados positivos: 551 2013
Exames realizados (2/1 a 15/4): 1.941
Resultados positivos: 204
Fonte: Dados da Gerência de Vigilância de Zoonoses
Ligeirinhas
Passados seis meses do falecimento de Rex, era hora de adotar um novo anjo da guarda com patas, focinho e pelo. Numa visita à Zoonoses, um poodle branco estava pronto para adoção. No processo, um poodle cinza, com olhar de misericórdia infinita, latiu: Salve-me daqui . A verdade é que, passado muito tempo da data de recolhimento do cão, a Zoonoses encaminhava para sacrifício. Ou seja, ao adotar Cadu e Tande, salvamos a vida deles. Com esse feito, passados 13 anos, conclui-se que os salvos foram a família que os adotou. Cadu e Tande nos adotaram para, diuturnamente, ensinar lições de mestres, tais como o exercício do perdão, o de definir o que realmente importa, o do amor ao próximo, companheirismo, o da humildade e o de que toda glória é efêmera. Enfim, sem lugar à dúvida, cães já nascem sabendo amar de um jeito que levamos a vida inteira para aprender e nos ensinam a serem mais humanos com um olhar simples e tão complexo em mensagem e sentimentos. Quem ama entende que amor não tem raça, cor nem valor de mercado. Os adotados para receber amor sem medidas fomos nós.
(Izabela Pereira, Rogério Pereira e Marli Costa). Meu nome é Vivi, eu sou essa filhotinha branca, e minha história é bem longa: Viviam em uma casa minha mãe Meg (a labrador chocolate à esquerda) e suas donas (a menina ao meio é a mais nova delas). Um dia, elas resolveram se mudaram para um apartamento e deixar a Meg na chácara de um amigo. Quando foram se despedir da vizinha, ela fez um pedido: ficar com Meg. Depois de pensar, decidiram que a deixariam, já que a Meg conhecia e era acostumada com o local. Alguns meses depois, a Meg cruzou com o Cadu, um labrador preto que morava na mesma casa. Ninguém achou que ela teria filhotes, já que tinha 9 anos. A gravidez de Meg foi tranquila. Nasceu um lindo filhotinho preto. Porém, a desajeitada Meg pisou nele e o matou. Depois desse episódio, a levaram para um hospital veterinário. Lá, fizeram um raios X e descobriram que havia dois filhotes, porém mortos. Na hora de retirá-los, no entanto, veio a surpresa: Eu estava viva! Hoje, sou criada com muito amor e muito mimo na companhia de Cadu, Meg e minha amiga pretinha. (Enviado por Lidia Mandarino)"
Fonte e Imagem: Cofen.com