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Governo ampliará uso de coquetel anti-HIV
28/08/2012
Governo ampliará uso de coquetel anti-HIV
O Ministério da Saúde vai ampliar a recomendação do uso de antirretrovirais para pessoas com HIV no País. A prescrição do remédio começará a ser feita em estágios menos avançados da doença.
A decisão, tomada na semana passada pelo Consenso Terapêutico, prevê a indicação dos antiaids para pacientes que apresentem exames de CD4 com resultado igual ou inferior a 500. Atualmente, o coquetel é recomendado quando o exame atinge níveis inferiores a 350.
Além disso, a partir de agora, soropositivos que tenham como parceiro uma pessoa sem HIV poderão começar a tomar os remédios independentemente dos resultados da carga viral. Essa estratégia já vinha sendo adotada por alguns especialistas. Agora, porém, a recomendação está mais clara.
A mudança deverá ampliar em 35 mil o número de pessoas no País com uso de antirretrovirais, avalia o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Atualmente, 217 mil pessoas estão em tratamento. "A mudança foi tomada depois de estudos demonstrarem a queda do risco de transmissão da doença quando o paciente inicia precocemente o uso de antirretrovirais", afirmou Padilha.
De acordo com ele, o Brasil será o terceiro país com distribuição gratuita de remédios a adotar essa estratégia. Atualmente, Argentina e Bolívia seguem protocolo semelhante.
Padilha não acredita que a estratégia provoque abusos na indicação do remédio. "Os médicos saberão o momento certo de indicar.
Antirretrovirais trazem efeitos colaterais. Estou convicto de que não haverá uso indiscriminado."
O anúncio da mudança é feito num momento em que o programa de aids do País se vê sob fogo cerrado. Semana passada, um manifesto de médicos, professores e integrantes de movimentos sociais começou a circular no País, com severas críticas à estratégia brasileira. O grupo cobra ações mais ousadas e novas estratégias para prevenção, sobretudo entre populações mais vulneráveis, como jovens gays.
Além do manifesto, ONGs agendaram para hoje e amanhã protestos contra o retrocesso do programa de aids. "Compartilho esses desafios", afirmou.
Ele afirma ter três problemas que considera essenciais: reduzir o diagnóstico tardio da doença - algo que limita o sucesso do tratamento - e a diminuição de novas infecções entre grupos mais vulneráveis. "O outro problema, que é a interrupção na oferta de remédios, conseguimos resolver. Mas é preciso manter a vigilância."
Fonte: Tvsd.com
Imagem: Inovabrasil.blogspot.com