Família diz que bebê morreu no DF após tomar injeção; Saúde nega erro
09/09/2013
"Família diz que bebê morreu no DF após tomar injeção; Saúde nega erro
Bebê de menos de 3 meses recebeu duas doses de antibiótico na veia.
Pais deram queixa; caso é investigado pela delegacia de Taguatinga.
Pais de um bebê de pouco menos de 3 meses afirmam que o menino morreu no último domingo (8) por erro médico, após aplicação de uma injeção de antibiótico. A Secretaria de Saúde nega que tenha havido erro de procedimento. O caso é investigado pela 12ª delegacia de polícia, onde a família registrou ocorrência.
Documentos obtidos pelos pais no HRT mostram que a médica prescreveu Azitromicina em pó, 600 mg, via oral, 2ml, uma vez ao dia. Mas, segundo a família, foram duas aplicações do antibiótico, no prazo de cinco minutos, na veia.
"O remédio era para ter sido aplicado via oral e foi aplicado na veia. Era para dar uma vez ao dia e foi dado duas vezes em menos de cinco minutos", afirmou a mãe do bebê, Amanda de Oliveira. "Só que ele não tomou nenhum remédio via oral em nenhum momento. Tenho várias mães que estavam lá como testemunhas que viram que ele não tomou nenhum remédio via oral."
Bebê de pouco menos de três meses que, segundo a família, morreu após injeção de antibiótico (Foto: Arquivo pessoal)Bebê de pouco menos de três meses que, segundo a família, morreu após injeção de antibiótico (Foto: Arquivo pessoal)
A Secretaria de Saúde afirmou que não houve negligência ou erro no atendimento à criança e que, conforme prontuário eletrônico do hospital, ela apresentava um quadro de tosse havia sete dias, foi medicada e passou por exames.
Segundo a pasta, as medicações indicadas e o atendimento foram corretos para o quadro clinico que se apresentava. O corpo da criança foi encaminhado ao IML para necropsia. O resultado deve sair entre 20 e 30 dias.
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Segundo o relatório médico de posse da família, o bebê recebeu 13 remédios em três horas. O hospital ainda tentou internação na UTI, mas não havia vaga. Após quatro horas de tentativa de reanimação, o bebê morreu de parada cardiorrespiratória, com suspeita de coqueluche.
A criança estava com uma tosse intensa e recebia tratamento havia 15 dias. A mãe conta que buscou a rede pública de saúde três vezes nesse período. No domingo à noite, a criança passou por exames de raio X e de sangue no pronto-socorro do Hospital Regional de Taguatinga.
"Antes de ser medicado, ele mamou bem, sorriu. Deu tudo ok no raio X, não tinha secreção no pulmão. O hemograma apontou uma pequena alteração e por isso havia suspeita de coqueluche. A médica disse que eu podia tratar em casa. Enquanto ela passava a receita, ele tossiu e ficou muito roxo, então a médica achou melhor internar", disse a mãe, Amanda de Oliveira.
Familiares de bebê mostram documento que indica medicamentos aplicados em paciente (Foto: Isabella Formiga/G1)Familiares mostram documento que indica
medicamentos aplicados em bebê que morreu
(Foto: Isabella Formiga/G1)
De acordo com ela, após a aplicação da Azitromicina, vários médicos correram para tentar socorrer a criança. "Depois aplicaram o remédio na veia e o bico dele caiu, ele começou a chorar. Meu filho ficou roxo, preto."
Segundo relatório eletrônico do hospital em posse dos pais, a equipe tentou solicitar um leito de UTI, mas não havia vagas. Em outro momento, o relatório aponta que a equipe não conseguiu contato com o ramal da UTI porque ninguém atendia ao telefone.
“Não sabem nem explicar do que meu filho morreu. A enfermeira chorava igual criança", relata a mãe.
A delegacia de Taguatinga está investigando o caso. O delegado-chefe da 12ª DP, Moisés Martins, aguarda o laudo com a causa da morte. Dependendo do resultado, a polícia vai abrir inquérito e ouvir médicos, enfermeiros e auxiliares, para saber se houve erro médico."
Fonte e Imagem: G1.globo.com