Exigência de qualificação leva alunos com mais de 40 anos aos supletivos
08/08/2013
"Exigência de qualificação leva alunos com mais de 40 anos aos supletivos
Oportunidade de trabalho é um dos motivos, aponta especialista da UFSCar.
Alunos já são 15% das matrículas no estado, diz Secretaria da Educação.
A exigência de qualificação para o mercado de trabalho é um dos motivos para o aumento do número de pessoas com mais de 40 anos que voltam para as salas de aula para completar os ensinos fundamental e médio, afirma a especialista em educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Jarina Rodrigues Fernandes. Segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, esses alunos representam 15% das matrículas. Há dez anos eles eram apenas 5%.
Depois de 20 anos, Cleusa Aparecida da Rosa Pereira decidiu voltar à escola. O mercado de trabalho mais exigente e as duas filhas na faculdade foram os grandes incentivadores. “É uma oportunidade que a gente tem de alcançar os nossos objetivos, prestar concurso ou até mesmo fazer uma faculdade. Voltar a estudar renova a gente”, disse.
A especialista da UFSCar disse que, geralmente, os filhos servem de exemplo aos pais. “A pessoa se sente na posição de querer saber mais. Outra questão é a ampliação do circulo de convivência”, ressaltou.
Planejamento
A própria escola contribui com o aprendizado desses estudantes. As aulas são planejadas especialmente para aqueles que trabalham, tomam conta da casa e depois de tudo ainda vão à escola. “O tempo hábil desses alunos é muito pequeno em alguns casos são propostas atividades extras com o tempo de até duas semanas para que eles possam se organizar e dar conta do recado”, disse o professor de física André Schiavoni.
A estudante Valéria Branco Santos conclui o ensino médio à distância, mas faz questão de ir às aulas presenciais. “Fui procurar alguns cursos e todos pedem o ensino médio completo”, contou. Para ela, hoje é mais fácil estudar do que quando era mais jovem. “A gente não ia para a escola com tanta responsabilidade e sim pelo dever. Tinha que estudar e pronto. Agora não, a gente vai para aprender”, afirmou."
Fonte e Imagem: G1.globo.com