Estudo da FGV identificou efeito positivo do Ideb de 2005 e 2007
11/11/2012
Estudo da FGV identificou efeito positivo do Ideb de 2005 e 2007
Especialistas dizem que índice ainda é pouco compreendido pelo eleitor
O Globo
RIO - O economista André Portela, da Fundação Getulio Vargas (FGV), que estudou o impacto dos resultados do Ideb de 2005 e de 2007 nas eleições, afirma que somente as notas do exame não são suficientes para determinar se a Educação é um fator preponderante na escolha do candidato.
— O voto é influenciado por uma série de fatores, não só pela Educação. Mas se quisermos descobrir até que ponto a Educação é importante, só os resultados absolutos do Ideb não são suficientes. Até porque a nota do Ideb é relacionada também a fatores econômicos, como renda per capita, e sociais, como desemprego — afirma o especialista.
Portela é autor do estudo “Qualidade das escolas públicas e impactos eleitorais: evidências dos municípios brasileiros”, em que analisa os impactos da divulgação dos resultados do Ideb 2007 nas eleições municipais de 2008.
Ideb tem metodologia difícil
Junto com os professores da FGV Sérgio Firpo e Renan De Pieri, Portela analisou um grupo de mais de três mil municípios e seus resultados nos exames de 2005 e 2007 e concluiu que, principalmente nas cidades mais pobres, com populações mais novas e mais crianças na idade escolar, a Educação é um fator preponderante na escolha do candidato.
— Neste estudo, percebemos que, a cada ponto que a cidade avança no Ideb, a possibilidade de reeleição do prefeito aumenta cinco pontos percentuais. A divulgação da variação da nota tem impacto significativo nos municípios mais pobres, em que as mães dependem mais da estrutura do ensino público — explica Portela.
Para especialistas ouvidos pelo GLOBO, a influência do Ideb no voto depende do nível de compreensão do eleitor:
— O resultado depende, primeiro, de como a cidade enxerga o Ideb. Nos grandes centros há um acesso a informação e maior compreensão do resultado e, consequentemente, impacto em relação ao voto. O Ideb precisa estar mais acessível para o público em geral. Ele não é um indicador tão fácil de entender.
Para Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o Ideb é um indicador que não é claro para o eleitor:
— O eleitor não compreende sua metodologia de avaliação. Ao pensar em Educação na hora do voto, o cidadão pensa se a escola do filho dele está em condições adequadas, se há creche na sua região, se não falta professor. O cidadão não consegue traduzir os números do Ideb em algo real no dia a dia da escola. É preciso criar outras referências para avaliar a Educação de forma clara.
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Fonte: Oglobo.com
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