Estudantes reclamam do Enade e fazem protesto antes de prova em SC
25/11/2013
24 de novembro de 2013 | 15h19 | atualizado às 15h24
Aluna de Enfermagem, Mariana Viana, 24 anos, reclamou da aplicação do Enade
Estudantes universitários que prestam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em Florianópolis (SC) reclamaram da obrigatoriedade da prova neste domingo. Até mesmo um protesto foi realizado diante de um dos locais do exame.
Neste domingo, o campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) registrou movimentação intensa desde o final da manhã. A chuva que atingia a capital catarinense fez com que muitos estudantes antecipassem a chegada aos locais de prova. Apesar da movimentação, não houve registros de maiores atrasos.
A aluna do curso de Enfermagem da UFSC, Mariana Viana, 24 anos, disse que o exame não serviria para demonstrar a realidade das instituições brasileiras. "Cheguei cedo e vim só porque caso contrário não terei o diploma", disse. "Esse exame não avalia nada. É mais ima forma de mascarar a situação do ensino superior do Brasil".
Pedindo para não ter o nome completo divulgado, o estudante Márcio, também da UFSC, disse que o Enade serviria para "propaganda política". "Ano que vem tem eleições e vão mostrar números para falar que tudo está melhorando", disse. "Mas vamos fazer o quê? Reclamar de que jeito se nesse País até o voto é obrigatório".
Manifestação
Uma pequena manifestação contra o Enade foi realizada por estudantes do curso de Serviço Social antes do exame. Alunos entregaram panfletos aos que iriam prestar a prova nas dependências da UFSC. O material, assinado pela Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (Enesso) pede o fim o exame e acusa os sistemas de avaliação criados pelo governo federal de transformar a educação em mercadoria.
"Questionamos e somos contra o ENADE, pois o método transforma nosso sistema educacional em uma mercadoria, algo extremamente capitalista", afirmou Bruna Veiga de Morais, aluna de Serviço Social e uma das estudantes que entregavam panfletos antes do início da prova. "O exame não demostra a atual situação da educação e serve apenas para um ranking, que será usado para distribuição de verba".
Na opinião de Bruna, o Enade não avaliaria questões mais complexas nas universidades. "Ele não demostram questão de acesso, permanência e métodos de aprendizagem", disse. "Não contempla as particularidades de cada instituição. Com esse método e rankings, as primeiras sempre serão as primeiras e as demais não irão evoluir".
O ato, chamado de Dia Nacional de Mobilização contra o Enade, foi apoiado por instituições como federações de estudantes de cursos de Nutrição e Arquitetura, e também pelo Conselho Federal do Serviço Social.
Enade
Criado em 2004, o Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). O objetivo do exame é aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação ao conteúdo programático, suas habilidades e competências.
A edição de 2013 é aplicada neste domingo, com a avaliação do desempenho de aproximadamente 200 mil estudantes de cursos de bacharelado em agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social e zootecnia. O exame também avalia os cursos de tecnólogo em agronegócio, gestão hospitalar, gestão ambiental e radiologia."
Fonte: Portal Terra - http://m.terra.com.br/noticia?n=3a04d6a971b82410VgnVCM10000098cceb0aRCRD
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra