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Escola privada de SP fica abaixo da meta do MEC

15/08/2012

Escola privada de SP fica abaixo da meta do MEC

Categoria: Educação

São Paulo é um dos três Estados que ficaram abaixo da meta do governo para escolas privadas nos três níveis educacionais avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC). Os outros dois são Distrito Federal e Pernambuco.

Os resultados paulistas do ano passado, no entanto, são menos alarmantes que os da última avaliação, em 2009. O Estado teve melhora entre os alunos da 5.ª à 8.ª série do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Mas, nos últimos dois anos, o ciclo da 1.ª à 4.ª série apresentou declínio - caiu de 7,2 para 7.

A situação do Ensino Médio é a mais preocupante na rede particular do País. O Distrito Federal e 15 Estados do País não atingiram a nota mínima esperada pelo governo no Ideb. Para piorar, dois terços dos 20 Estados avaliados em 2009 apresentaram queda ou mantiveram a mesma média no levantamento divulgado ontem. No Ensino Fundamental, a situação é menos preocupante.

Para especialistas, os números do Ensino Médio são frustrantes pelo fato de não refletir as vantagens que os alunos da rede privada têm em relação aos que estudam em escolas públicas. "Os alunos de escolas privadas têm muitas facilidades, pois a maioria aprende idiomas fora do colégio, tem aulas particulares e mais acesso a viagens e ao mundo letrado", diz a professora Silvia Colello, da Faculdade de Educação da USP. "Mesmo assim, a rede particular ainda está longe da sua meta. Paira a concepção de que a escola pública é ruim e a particular é ótima, mas isso é relativo."

A educadora aponta que a falta de investimentos na atualização dos professores pode ajudar a explicar o mau desempenho. "As escolas particulares estão em um momento difícil, pois têm de assegurar a clientela e garantir a qualidade que demandam os pais. Cobram mensalidades altas, mas funcionam como empresa e não valorizam o professor", diz.

Para Neide Noffs, da Faculdade de Educação da PUC-SP, a rede particular também sente os efeitos da mudança no perfil das provas. Ela diz que o desafio de ensinar os alunos a contextualizar e analisar questões atuais ainda não foi assimilado pela rede.
"Os instrumentos de avaliação usados hoje têm premissas diferentes. As escolas eram voltadas para memorização, e hoje as avaliações exigem dos alunos maior capacidade de compreensão e interpretação de texto", explica Neide. "Várias escolas estão tentando fazer isso, mas leva tempo até se adequarem", completa.

A professora defende que os projetos de formação continuada dos professores são mais eficientes na rede privada por atenderem às necessidades específicas de cada profissional - no ensino público, esses programas são coordenados pelos governos.

Fonte: Estadao.com

Imagem: Gazetadopovo.com