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Erros em hospitais deixam famílias em alerta

20/10/2012

Erros em hospitais deixam famílias em alerta

Casos de equívocos na aplicação de remédios em pacientes são frutos de falta de estrutura na saúde

Alessandro Reis Especial para o DIÁRIO

Casos como o do menino Pedro Henrique, de 1 ano, que teve os olhos queimados ao nascer após uma enfermeira do hospital aplicar por engano um medicamento errado, têm acontecido com uma frequência alarmante, afetando famílias inteiras e até abreviando vidas.

O drama de Pedro, que sofreu as lesões há cerca de um ano, em um hospital da capital, infelizmente é mais um exemplo do problema. Neste mês, uma idosa de 80 anos acabou morrendo no Rio de Janeiro porque uma estagiária de enfermagem, com apenas três dias de treinamento, injetou café com leite na veia da idosa. Também em outubro, outra mulher, esta de 88 anos, perdeu a vida no Rio quando porque recebeu sopa na veia.

Segundo especialistas ouvidos pelo DIÁRIO, esses equívocos, causados justamente por profissionais dedicados a trabalhar em prol da vida das pessoas, são frutos de uma série de deficiências no sistema de saúde e na formação e no treinamento dos profissionais.

Quando um profissional de enfermagem aplica um medicamento errado, isso é consequência de problema no sistema. Muitas vezes, o sujeito que errou também é vítima , diz o cirurgião Alfredo Guarischi, do Inca (Instituto Nacional do Câncer) e especialista em segurança hospitalar.

De acordo com o médico, uma das principais causas dos equívocos são as condições precárias dos profissionais da área de enfermagem e também da médica, além da falta de mão de obra. A remuneração baixa leva a enfrentar carga horária de até 16 horas por dia, o que causa fadiga e eleva o risco de erros , alerta Guarischi.

O cirurgião afirma que, além da melhora na qualidade do ensino, medidas simples, como diferenciar seringas com cores, de acordo com a sua utilização, ajudam a evitar falhas.

Mauro Aranha de Lima, vice-presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), alerta para a necessidade de qualificação. É preciso se aprimorar sempre .

Questionado, o Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) não informou o número de erros de profissionais da classe em 2012. Segundo o órgão, dos cerca de 300 mil profissionais que atuam no estado, só 1% é alvo de denúncias. Ninguém do conselho quis dar entrevista.

Fonte: Cofen.com

Imagem: Rederecord.r7.com