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Entre a prevenção e o controle

15/05/2013

"Entre a prevenção e o controle

Junia Oliveira

Quando o assunto foi encarar o alto risco de câncer de mama, prevenção foi a escolha de Nair Villela Machado, de 73 anos. A mineira, moradora de Santos (SP), foi influenciada pela filha, a empresária Silvana Hamade, de 50, moradora de Nova Lima, na Grande BH, e tomou coragem para remover os seios. Hoje está feliz com o risco diminuído e a prótese de silicone. As chances de ela ter a doença, diante do histórico familiar, eram de 70%. Silvana havia se submetido ao procedimento quatro meses antes. A outra filha de Nair, a administradora Christiane

Villela Machado, de 44, também precisou retirar os seios, quando foi diagnosticada com câncer. Na época, ela tinha 41 anos.

Assim como as mulheres da família de Nair, as pacientes de Belo Horizonte que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para se submeter à mastectomia total poderão ter os seios reconstituídos. Antes, cirurgia reparadora com silicone era feita apenas mediante avaliação da condição clínica da mulher. Agora, a Secretaria Municipal de Saúde já oferece o procedimento, antes mesmo da publicação da Lei 12.802/13, no Diário Oficial da União, que estabelece a cobertura pelo sistema público. Em 2012, foram 93 cirurgias, número superior àquelas do ano anterior, quando 73 mulheres puderam fazer a reconstituição.

INDICAÇÃO RESTRITA Mas a remoção preventiva das mamas ainda é realidade restrita a quem tem plano de saúde ou pode arcar com os custos. A recomendação do Ministério da Saúde, nos casos de mulheres com histórico de câncer de mama na família – especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mães e irmãs) tiveram a doença antes dos 50 anos –, é que elas façam o acompanhamento médico a partir dos 35 anos.

Em Belo Horizonte, a secretaria informa que, por causa do diagnóstico precoce, o número de mastectomias radicais tem diminuído. Em 2012, foram feitos 155 procedimentos na capital – redução de 30% nos últimos três anos. Houve ainda outras 168 operações para a retirada parcial da mama. Ainda de acordo com a secretaria, não há fila de espera no SUS-BH para a cirurgia.

Um dos instrumentos de avaliação é a mamografia, marcada nos 147 centros de saúde da capital. Os exames são feitos nos estabelecimentos da rede credenciada ao SUS/BH, entre hospitais, clínicas e laboratórios. Ano passado, foram feitos 76.559 procedimentos. Nos dois primeiros meses deste ano, o número já chegava a 9.822.

No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para 2012 é de 52.680 novos casos de câncer de mama em mulheres, com risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. O cenário para Minas é de 4.700 novos casos, sendo 1 mil para BH. Ontem, diante da repercussão da notícia de que a atriz Angelina Jolie fez a mastectomia preventiva, o ministro de Saúde, Alexandre Padilha, pediu cautela às mulheres que pensam na cirurgia como forma de prevenção do câncer. “Já surgiram vários estudos que mostraram um número grande de mastectomias realizadas em pacientes em que depois se afastou o risco de câncer.”

Fonte: Cofen.com

Imagem: Usp.br