Enfermeiros rejeitam horas-extras e Mário Gatti suspende cirurgia eletiva.
06/11/2013
" Enfermeiros rejeitam horas-extras e Mário Gatti suspende cirurgia eletiva.
Decisão da categoria provocou o cancelamento de 17 cirurgias eletivas.
Medida no hospital de Campinas ocorre desde a segunda-feira (6).
Os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem se recusaram a fazer horas-extras no Hospital Municipal Mário Gatti, em Campinas (SP), para protestar contra a falta de funcionários. O ato provocou o cancelamento de 17 cirurgias eletivas na unidade médica até a manhã desta quarta-feira (6). A medida iniciou há três dias e segundo a categoria sobrecarrega os trabalhos na unidade de saúde.
Segundo o Sindicato dos Servidores, o déficit de profissionais do setor de enfermagem é de ao menos 180 profissionais para repor os profissionais que aposentaram, foram exonerados e que saíram de licença. Na unidade, trabalham 600 servidores na área. Para o diretor do sindicato, Rodrigo Fais, a jornada de trabalho dobrada é responsável por 40% do atendimento no hospital. “A prática da hora-extra virou rotina e isso está interferindo na qualidade da saúde dos servidores. O valor de R$ 500 mil gastos por mês pela Prefeitura com isso [hora-extra] poderia ser utilizado na contratação de novos servidores”, disse. Os custos com o pagamento fora da jornada de trabalho não foi confirmada pela Prefeitura.
Ainda de acordo com o sindicato, os profissionais são contratados para trabalhar por 36 horas semanais divididas em escalas. A categoria afirma que tenta desde o início do ano a reposição do quadro de enfermagem e que a suspensão deve seguir até a sexta-feira (8).
A Secretaria de Saúde afirma que a decisão da categoria não interferiu nos atendimentos aos pacientes nesta manhã, pois a demanda foi baixa por conta da chuva. O tempo de espera na Sala Azul, para casos com pouca complexidade, foi de 2 horas e está dentro do prazo considerado padrão. Os casos de urgência e emergência estão tendo prioridade pelas equipes. Sobre as cirurgias eletivas canceladas, os pacientes com maior complexidade terá agendamento preferencial. O Mário Gatti é um dos quatro grandes hospitais da cidade que atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), ao lado do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Celso Pierro da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e do Ouro Verde."
A Administração também informou que a situação das horas-extras vem se acumulando de gestões anteriores, com a falta de reposição de profissionais. Desde o início da nova gestão, 700 profissionais do setor da saúde foram contratados, no entanto não foram informados o número de profissionais da área de enfermagem destinado para o local.
Fonte: G1 - Campinas e Região
Imagem: Gazeta Digital