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Doações de rins e córneas chegam a 1215 no Amazonas neste ano

19/09/2012

Doações de rins e córneas chegam a 1215 no Amazonas neste ano

Segundo a Susam, não há documento oficial que identifique um doador.

Desconhecimento é o principal entrave para crescimento de doadores.

Mais de 1013 córneas e 202 rins já foram doados no Amazonasentr janeiro e julho deste ano, segundo dados da Central Estadual de Transplantes, setor da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas (Susam). O órgão é responsável pela abordagem de conscientização para famílias autorizarem a doação de órgãos.

Uma equipe de profissionais da Central faz uma busca dos possíveis doadores de órgãos através do serviço que iniciou no mês de agosto e tem como base o Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, situado na Zona Leste de Manaus. A iniciativa quer aumentar o número de doadores de órgãos e tecidos com o objetivo de diminuir o número de pacientes inscritos na fila de espera por um transplante.

Essas equipes estarão percorrendo os três grandes prontos socorros da capital, João Lúcio, 28 de Agosto e Platão Araújo, identificando os possíveis doadores e conversando com as famílias, falando sobre a possibilidade de doar os órgãos. Isso será benéfico porque estaremos mais próximo das pessoas, acompanhando a evolução do paciente e nosso trabalho será facilitado porque, na hora em que formos fazer a abordagem, não seremos mais desconhecidos daquelas pessoas, explica a coordenadora estadual de transplantes, Leny Passos.

Como doar

Segundo a Susam, não há dados que indiquem a quantidade de doadores vivos ou já falecidos no Estado. Isso porque não existe documento com valor legal que indique a pessoa doadora de córnea e rim, órgãos que são transplantados no Amazonas. A autorização para a doação é destinada aos familiares.

No entanto, existe uma ferramenta no portal de doação de órgãos do Estado onde a pessoa pode enviar um e-mail para a família, informando que é doador de órgãos e que gostaria que a vontade fosse respeitada caso venha a óbito. Outra opção é uma carteira que a pessoa pode preencher os dados, imprimir e colocar no meio dos documentos pessoais, informando que é doador de órgãos. Além da captação, a equipe de transplantes também está apta a realizar a distribuição e os transplantes de órgãos no Estado.

Desconhecimento e vontade de doar

Também com a proposta de aumentar o número de doares de órgãos, o Ministério da Saúde firmou uma parceria com o Facebook tornando disponível uma ferramenta que identifica o dono do perfil da rede social como doador. Em todo Brasil, 80 mil pessoas já se declaram como doadores de maneira informal. Apesar de não ter uma estatística regionalizada, o método trouxe à tona o desconhecimento da população sobre os procedimentos de quem quer doar órgãos.

E esse desconhecimento é o que inquieta a agente de atendimento do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, Laís Bordallo, de 25 anos. A atendente tem vontade de ser doar seus órgãos, mas afirma não conhecer os procedimentos necessários para ser uma doadora legal. Vejo tanta gente na fila de espera por um órgão e tenho muita vontade de me cadastrar, mas não tenho informações sobre o que é preciso. Muitas pessoas que conheço também não conhece. O número de doadores poderia ser bem maior se a informação fosse melhor divulgada, critica a jovem.

Outro fator que impede que muitos doadores sejam cadastrados é o preconceito. A assistente de programação Michele Buiati, de 30 anos, acredita que esse tipo de comportamento é passível de mudança com o tempo. Tive uma tia que precisou de transplantes e sei como é difícil ficar na fila de espera por um órgão. Quando eu morrer, quero que doem todos os meus órgãos. E o que não for possível doar é para cremar. As pessoas precisam parar de pensar e agir mais. Deixar meus órgãos para a terra comer, enquanto tem tanta gente precisando é ilógico, frisou Buiati.

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Fonte: Cofen.empauta.com

Imagem: Cofen.empauta.com