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Doações de córnea zeram fila de transplante

22/09/2012

Doações de córnea zeram fila de transplante

Resultado é obtido após um ano e meio da implantação do Banco de Olhos Regional de Londrina do Hospital Universitário Além de autossuficiência, o Banco de Olhos do HU tem agora a possibilidade de contribuir para a redução das filas em todo o País O professor aposentado Domingos Zacarin comemora a volta da visão: ''Estou parecendo uma criança de tão feliz'' Referências importantes em todo o País, os bancos de olhos de todo o Paraná já alcançaram a meta do Ministério da Saúde (MS) de reduzir a zero todas as filas para transplante de córnea até 2014.

A boa notícia foi dada ontem pelo Banco de Olhos Regional de Londrina do Hospital Universitário (HU), que em um ano e meio de funcionamento, conseguiu zerar a fila de espera em toda a região, obtendo, além de autossuficiência, a possibilidade de contribuir na redução das filas em todo o País.

Com o resultado, os pacientes que necessitarem de transplante de córnea em Londrina e demais 122 municípios que são atendidos pela Comissão de Procura de Órgãos e Tecidos (Copott) da região de Londrina, não precisarão mais esperar para restabelecer a visão. Em abril do ano passado, no primeiro mês de funcionamento do Banco de Olhos, 129 pacientes aguardavam na fila, com uma média de espera entre seis meses e um ano.

Um dos beneficiados com essa conquista foi o professor aposentado Domingos Zacarin, de 68 anos. Há quatro semanas, ele foi submetido a um transplante de córnea no olho esquerdo e já comemora a nova fase. ''Estou parecendo uma criança de tão feliz. Já estou enxergando muito bem. Voltei a ler o jornal e agora, vou poder renovar minha carteira de motorista'', conta ele, que devido a uma doença ocular estava apenas com 30% de visão.

Para a coordenadora do Copott-Londrina, a enfermeira Ogle Beatriz Bacchi, essa meta só foi possível de ser alcançada pelos investimentos aplicados nos últimos dois anos no Sistema Nacional de Transplantes e no trabalho conjunto das equipes multiprofissionais dos hospitais da região com a rede de doação de órgãos e transplantes.

''Mas o mais importante é ressaltar que foi a resposta que a sociedade deu a esta organização que transformou a intenção do nosso trabalho em realidade da doação. Acredito que as pessoas estão mais confiantes e esclarecidas sobre o processo, além de perceberem a transparência do sistema'', diz.

A responsável médica pelo Banco de Olhos do HU, Ana Paula Oguido, explica que a córnea tem privilégios em relação aos outros órgãos. Ela pode ser retirada até seis horas após o óbito e, quando preservada em uma câmara resfriada de 2 a 8 graus, pode aguardar até 14 dias pelo receptor.

''A rejeição de córnea é muito pequena. Nós dizemos que é um privilégio imunológico, porque ao contrário dos demais órgãos, ela é avascular, ou seja, não há sangue que passará do doador para o receptor. Dessa forma, o transplantado não precisa tomar medicação para rejeição'', afirma.

Em todo o Brasil existem hoje cerca de 1,6 mil pacientes em espera por uma córnea. Neste ano, em Londrina e região, já foram realizados até o mês de agosto 183 transplantes, sendo 84% de córnea, seguidos de rim, coração e medula.

Comparado ao ano passado, houve um aumento de 22 casos. E a estimativa é que o ano termine com um número ainda maior. ''A doação é papel da família. Ela se torna responsável por zerar essas filas de transplantes, respeitando a vontade do ente familiar manifestada em vida'', salienta a médica Ana Paula, ao reforçar que qualquer pessoa entre três e 80 anos pode ser um potencial doador de córnea.

Fonte: Cofen.empauta.com

Imagem: Pron.com.br/