Destino de estoque de pele doada ao Estado após incêndio será avaliado
27/03/2013
"Destino de estoque de pele doada ao Estado após incêndio será avaliado
Banco gaúcho recebeu suficiente para atender aos feridos e outros pacientes com queimaduras CorrigirImprimirDiminuir fonteAumentar fonte
Graças a doações de países como Chile, Argentina e Uruguai e dos Estados de Pernambuco e São Paulo, o estoque do banco de pele gaúcho passou de mil centímetros quadrados para 25 mil centímetros quadrados de pele após a tragédia de Santa Maria. Foi o suficiente para atender aos feridos no incêndio da boate Kiss e ainda outros dois pacientes com queimaduras, de acordo com a coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Rosana Nothen.
Agora, com a redução da demanda, está sendo avaliada a permanência do estoque residual de 16 mil centímetros quadrados de pele para uso no país. A devolução aos fornecedores não é tecnicamente recomendável, porque a retirada do banco afeta a conservação dos tecidos.
- Muitos pacientes foram para autoenxerto, pois a condição clínica e a área doadora permitiram que fosse assim - explica Rosana.
Conforme o chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas, Marcus Vinícius Martins Collares, o atendimento dos queimados já está no estágio final, exceto em um dos casos em que o quadro clínico ainda não permite a realização de procedimentos muito longos - o implante de pele pode levar seis horas. O processo de cicatrização é lento, por isso o longo tempo de observação após a colocação dos tecidos.
- Depois da alta, ainda será necessário esperar de três a seis meses, conforme cada caso, para que se possa partir para cirurgias de correção - projeta o médico.
Todas as intervenções devem ter cobertura do governo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu até cinco anos de assistência tanto para atendimento clínico quanto psicossocial. No site do Ministério da Saúde, foi aberto um campo para cadastramento dos feridos no incêndio.
Como aconteceu O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, pelo menos 240 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridos.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considerada a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil."
Fonte e Imagem: Cofen.com